COVID-19: Enfermeiros acusam ARS e administração hospitalar de “traição”

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A delegação do Algarve do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) assinalou o Dia Mundial da Saúde – que hoje se comemora – e criticou a imposição de 12 horas de trabalho e a “traição” aos compromissos estabelecidos por parte da Administração Regional de Saúde (ARS) e da administração dos hospitais públicos algarvios.

“Cumpram os vossos compromissos, porque pior do que o medo que possamos sentir deste vírus, só mesmo o sentimento de termos sido traídos pelos burocratas do sistema”, apela o SEP à ARS e administração hospitalar.

Em comunicado, a estrutura sindical sustenta que os enfermeiros “sabem que as administrações que agora lhes impõem horários de 12 horas, que não lhes dão os devidos descansos, que exigem, exigem, exigem, são as mesmas que assinaram atas e comprometeram-se a contar-lhes todo o tempo de serviço para efeitos de progressão na carreira, mas… desses compromissos escritos fizeram tábua rasa”.

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“Os enfermeiros estão na linha da frente no combate à pandemia, muitas vezes sem os Equipamentos de Proteção Individual em quantidade e qualidade que deveriam estar garantidos, com imposição do aumento dos horários de trabalho e sem os períodos de descanso que também lhes deveria ser garantido, preocupados com as suas famílias, com medo de serem fonte de contágio e de se infetarem”.

Sublinha que os profissionais “têm medo, mas estão lá, no combate.  Não precisaram de um papel escrito, nem tão pouco de assinar atas!”

“Estão lá porque têm um código deontológico, porque são resilientes, porque sabem que os doentes e as suas famílias precisam deles”, enunciam os enfermeiros, que se reconhecem como “trabalhadores que disponibilizam os seus conhecimentos, o seu esforço físico e mental, a sua saúde, a sua responsabilidade para estarem onde têm que estar”. 

“Neste Dia Mundial de Saúde em que os enfermeiros algarvios estão a lutar na linha da frente no combate ao maior desafio que instituições, e eles próprios, já alguma vez tiveram, importa sublinhar que eles, os enfermeiros, não recuaram, não ficaram à espera de orientações superiores”, diz a estrutura sindical.

Acrescenta que “é esta fibra que, no dia-a-dia, os enfermeiros demonstram ter que, afinal, falta aos administradores do CHUA [Centro Hospitalar Universitário do Algarve] e da ARS do Algarve.    

“A Organização Mundial de Saúde designou o ano de 2020 como o ano dos enfermeiros. O reconhecimento não é só internacional, é também nacional, local, nos nossos bairros, quando toda a comunidade aplaude os seus ‘heróis’”, prossegue.

“Percorremos apenas 4 meses do ano de 2020. Aos administradores do CHUA e da ARS do Algarve o que exigimos, o que os enfermeiros exigem, é a tradução desse reconhecimento”, conclui.

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