O Parque de Campismo da Orbitur em Quarteira, não encerrou ontem a sua atividade como estava previsto e vai garantir condições aos ocupantes de longa duração até ao final do estado de emergência.
Em 2008, a Orbitur vendeu os terrenos onde está o parque a um fundo imobiliário, mas aquele espaço tem-se mantido em funcionamento através de um contrato de arrendamento que é renovado anualmente.
No entanto, ficou acertado entre as duas partes que o parque de campismo seria entregue ontem.
Em declarações à agência Lusa, fonte da Orbitur explicou que o estado de emergência suspendeu a entrega do terreno e a saída dos ocupantes do parque.
“No parque mantêm-se 39 pessoas que afirmaram não poder sair do parque quando saiu o despacho da Secretaria de Estado do Turismo”, revelou a mesma fonte, adiantado que há “11 pessoas, de várias nacionalidades que dizem não ter alternativa habitacional”, entre elas “um casal português com cerca de 80 anos e uma família luso-alemã com duas crianças de 3 e 5 anos”.
Os outros 26 clientes “são de longa permanência”, ocupando normalmente o parque entre outubro e maio do ano seguinte, e “que se encontravam no parque em 18 de março”, sendo por isso “listados para permanecer ao abrigo do despacho”, informou a empresa.
Quando terminar o período do estado de emergência, o “parque deixará de funcionar”, acrescentou a fonte, afirmando “estar em contacto com a Câmara Municipal de Loulé para se garantam uma ou outra situação que possa ser necessário resolver”.
O presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, confirmou “manter um acompanhamento da situação” e eventuais casos que possam advir do encerramento do parque, revelando que os serviços municipais apenas encontram “uma situação que possa vir a figurar um problema social”.
Um dos residentes permanentes do parque, Miguel Matias, expressou o “alívio e agrado” com a manutenção do funcionamento do parque revelando, no entanto, não ter sido “informado de qualquer situação”, tendo a noção que, no final do estado de emergência, terá que sair, “algo impossível neste momento”.
Os residentes do parque insurgiram-se contra o aumento dos preços praticados no mês de abril, esclarecendo a empresa, que “para este mês apenas estavam disponíveis os pacotes de uma semana ou quinze dias, já que o parque deveria encerrar ontem, o que inviabilizava a existência do pacote de um mês” com os valores que os residentes costumavam pagar.
Segundo a empresa, nesta altura, a maior parte das pessoas “nem está a pagar”, mas, “caso se prolongue o estado de emergência e perfaça o período de um mês”, será cobrado “o que estavam a pagar em março”, um valor idêntico aos outros meses anteriores.
No parque, mantêm-se a trabalhar “uma dúzia de funcionários” para a garantir “a higienização de um bloco sanitário para quem tem a necessidade de utilizar essas instalações, a recolha do lixo e o fornecimento de água e eletricidade”, informou a Orbitur.