COVID-19: PCP/Olhão quer medidas urgentes para apoiar mariscadores

ouvir notícia

O PCP/Olhão considerou hoje urgente que sejam criadas medidas especificas de apoio à atividade de marisqueio que, entre outras, permitam adiar os pagamentos legais obrigatórios e garantir um valor justo do pescado ao produtor.

Segundo a concelhia de Olhão dos comunistas, os profissionais do setor do marisqueio – mariscadores, viveiristas, depuradoras, comerciantes – a situação proporcionada pelo encerramento ou redução de atividade na restauração e hotelaria fez com que nas últimas semanas as depuradoras tenham ficado com toneladas de bivalves prontos para venda, mas sem procura pelos habituais compradores.

“O encerramento ou redução da atividade no comércio e mercados tem um efeito dramático para o escoamento de produto, já que o consumo de peixe e marisco fresco pelas famílias tende a ser menos significativo nas grandes superfícies, que se mantêm abertas”, dizem os comunistas.

- Publicidade -

Sustentam que os mariscadores são os mais vulneráveis em todo o sector, “já que, sem procura de marisco, deixam de ter a quem vender a ameijoa e outras espécies apanhadas nos bancos naturais da Ria Formosa”.

Os viveiristas, dizem, poderão apenas concentrar-se na manutenção dos viveiros, “sem terem uma perspetiva de quando voltarão a colher o rendimento desse trabalho, fundamental para a subsistência da atividade e dos seus compromissos pessoais e profissionais onde se destacam, pela proximidade da data limite para o seu pagamento (30 de Março), as licenças dos viveiros”.

“As embarcações da ganchorra, que capturam principalmente conquilha e que tinham estado sujeitas a longo período de interdição de capturas por presença de toxinas, neste período em que poderiam estar a gerar um rendimento fundamental para manter a atividade, voltam a ficar em terra”.

Observam que a pesca, “com todos os constrangimentos já existentes pela limitação das quotas de captura em várias espécies, tem agora o problema agravado pela quebra do preço do pescado na primeira venda em lota”.

As condições de trabalho em mercados e comércio, assim como em lotas, depuradoras e outras instalações “têm que ser garantidas, com as medidas de contingência que reduzam as possibilidades de contágio, associadas ao COVID-19, entre trabalhadores”.

Sustentam que nas embarcações devem ser tomadas as medidas sanitárias que permitam às tripulações “trabalhar com o mínimo de receios”.

“O fundamental, para garantir o futuro do setor e o abastecimento da alimentação da população neste período, é que os profissionais não se sintam abandonados, nesta fase onde o receio pela sua saúde e das suas famílias se soma à incerteza sobre a subsistência de todo um sector que, no Algarve e em particular na Ria Formosa, é o sustento de milhares de famílias”, dizem.

O PCP recorda que, por via do seu Grupo Parlamentar, já questionou o Governo sobre “medidas a tomar para o sector da pesca na atual situação de pandemia associada à COVID-19” e continuará junto com os profissionais da pesca e marisqueio a intervir por garantir condições para a produção, na situação presente e no futuro.

- Publicidade -

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.