COVID-19: Procura de casas para comprar diminuiu 98,4%

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A procura de clientes para comprar casa caiu 98,4% desde que se iniciou o período de isolamento devido à epidemia provocada pelo Covid-19, de acordo com um inquérito aos associados feito pela Associação dos Mediadores do Imobiliário de Portugal (ASMIP).

A associação acrescenta que 56,5% das empresas de mediação garante ter perdido todos os negócios contratualizados nas últimas duas a três semanas.

Cerca de 33% das empresas de mediação imobiliária estão com a atividade parada, enquanto 52% se encontram a trabalhar apenas a meio termo, concluindo processos que vinham de trás, mas sem acesso a novos clientes e produtos. Ou seja, 85% das empresas de mediação imobiliária estão paradas ou com a atividade reduzida.

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Neste contexto, as empresas mencionam estarem em situação financeiramente má, mas para já estável, se a paragem da atividade não for demasiado prolongada no tempo.

Aqueles dados foram obtidos num inquérito feito na última semana (de 25 a 30 de março), ao universo das 650 empresas de mediação associadas da ASMIP (Associação dos Mediadores Imobiliários de Portugal), lançando um conjunto de questões ao qual respondeu 1/5, que assim garantem uma amostra bastante significativa deste setor de atividade.

Assim, 75% das empresas refere que não faz visitas nem angariações, devido ao atual estado de emergência, enquanto percentagem idêntica assume estar em regime de teletrabalho, fazendo uso do telefone, internet, email, redes sociais, mas sempre a partir de casa, uma vez que os escritórios estão fechados. Alguns referem estar a aproveitar o tempo para reestruturar as empresas para a nova realidade, reorganizando ficheiros de imóveis e clientes, contatando-os no sentido de manter a relação viva, e até para reunir virtualmente sempre que tal é necessário.

A faixa de 25% que ainda fez visitas garante que tal só aconteceu em casos muito excecionais, limitadas a uma pessoa, e apenas se fosse para concluir algum processo que já estava em curso. Com clientes novos isso não acontece, por restrição do estado de emergência em que estamos, mas também por não haver clientes disponíveis para o fazerem.

Em resposta à questão se tiveram negócios anulados, 68% garante que sim. Cerca de 50% refere percentagens até 10% dos seus negócios que se encontravam em conclusão, e a outra metade, entre os 20% e 30% desses negócios, o que, segundo a Associação, “demonstra o elevado prejuízo nas muitas das vezes débeis estruturas financeiras das empresas de mediação imobiliária, sustentadas num negócio de continuidade, que de repente sofreu um corte abrupto”.

“Na realização das escrituras – ato que concretiza a realização do negócio imobiliário – verifica-se que 46% foram anuladas, um resultado que penaliza muito a atividade e muitas das vezes a própria sobrevivência destas empresas”, diz a ASMIP.

Para metade dessas empresas, as escrituras anuladas significavam um peso nos seus negócios em curso de 100%, o que “mostra as consequências ‘demolidoras’ para a sua atividade”.

Foi apurado ainda que 69% dessas escrituras foram anuladas pelos cartórios (32%) e pelos clientes compradores (37%), repartindo-se as restantes entre clientes vendedores e bancos, com 15,5% cada.

Entre clientes/negócios perdidos e escrituras canceladas, 56,5% garante ter perdido negócios já contratualizados. Ou seja, não é só o que se perdeu a partir do momento da entrada no período de quarentena,  mas também mais de metade das empresas deixou de concluir negócios que nalguns casos poderiam ter uns dias, mas em outros casos poderiam significar semanas ou meses de trabalho anterior, e que agora se goraram irremediavelmente.

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