O concelho de Faro soma 10 casos confirmados de covid-19 e uma vítima mortal, segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção-Geral de Saúde (DGS) e a Autoridade Regional de Saúde do Algarve (ARS).
Nove dos infetados são trabalhadores rurais, sete da comunidade de 59 pessoas que estão em quarentena desde segunda-feira no pavilhão da Escola Básica de Santo António, em Faro, e outros dois de outro grupo, disse à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Faro, Rogério Bacalhau.
O autarca avançou que estes dois novos casos são de uma comunidade com condições de habitação “melhores do que as do grupo ainda em quarentena”, o que, para já, “não obriga a que tenham de ser tomadas outras medidas”.
Dos nove casos, sete são de nacionalidade indiana, um de nacionalidade nepalesa e outro de nacionalidade paquistanesa.
Foi revelado hoje outro caso em Faro, o 10º até agora, tratando-se de “um munícipe farense, residente no concelho”, anunciou a Câmara Municipal daquela localidade na sua página de Facebook.
A delegada regional de Saúde do Algarve, Ana Cristina Guerreiro, revelou esta tarde em conferência de imprensa que um dos trabalhadores agrícolas está internado em Faro, nos cuidados intensivos.
A vítima mortal revelada hoje pela DGS, segundo a delegada, era um homem português de 77 anos que “não estava nos cuidados intensivos” mas tinha uma situação clínica “complexa”.
Em relação à comunidade que está em quarentena numa escola, o autarca de Faro frisou que as condições foram “melhoradas”, com a retirada dos suspeitos “do pavilhão para salas de aulas”, para que pudessem estar “mais confortáveis e divididos”.
O presidente da autarquia acrescentou que as autoridades de Saúde têm estado a fazer “o acompanhamento e rastreamento” daqueles casos, nomeadamente, saber “onde trabalham, os contactos que tiveram e a rastrear outros trabalhadores”.
“Os que apresentam sintomas estão numa ala e os que não apresentam estão separados”. A senhora que também está neste grupo de quarentena, passou a ter um espaço só para ela”, destacou o presidente da Câmara de Faro.
Rogério Bacalhau informou que o pavilhão e o ginásio são utilizados para “convívio e refeitório”, onde são servidas refeições duas vezes ao dia, divididas em turnos “para evitar o contacto ao máximo” e que existe também acesso a comida ao longo do dia.
Segundo a delegada regional de Saúde, os trabalhadores agrícolas estavam a viver em três casas, “perto umas das outras”, entre 20 a 30 por habitação, “dormindo muitos no mesmo quarto”.
Esta é uma “situação de grande risco” e se o estado de saúde ou sintoma de alguma das pessoas em quarentena no pavilhão piorar, o teste é feito no local, referiu.
A delegada disse ainda que a temperatura dos suspeitos é medida todos os dias.