Crato desiste de avaliar todos os professores contratados

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Ao contrário do que estava previsto, apenas os professores com menos de cinco anos de serviço terão de fazer a nova prova de avaliação de conhecimentos, o que leva a FNE a desmarcar a greve marcada para o dia do teste, 18 de dezembro.

O secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT), Carlos Silva, disse à Lusa ter obtido esta garantia após uma reunião, hoje, de representantes da central sindical com o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato.

A partir dos cálculos de Arlindo Ferreira, professor e sindicalista da FNE, é possível estimar em cerca de 21 mil o número de professores que ficam dispensados de fazer a prova de conhecimentos, por terem cinco ou mais anos de serviço. Sabendo que havia até agora cerca de 37 mil inscritos, conclui-se que as alterações agora decididas pelo ministro Nuno Crato acabam por isentar a maioria dos candidatos.

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Na passada sexta-feira o provedor de Justiça recomendou ao Ministério da Educação que dispensasse os professores com vários anos de experiência de ensino. O facto de esta prova se aplicar a quem já dá aulas há muitos anos era, aliás, uma das críticas mais ouvidas.

A primeira parte da prova, para a qual os professores já tiveram de pagar 20 euros, está marcada para dia 18.

Reviravolta inesperada

Em conferência de imprensa, o ministro da Educação explicou que, para esta inesperada reviravolta, a apenas duas semanas da realização da prova, tomou em consideração a recomendação do provedor de Justiça bem como os contactos que teve ontem com o presidente do Conselho das Escolas, Manuel Esperança, e o presidente do Conselho Nacional de Educação, David Justino.

A prova é “necessária” e constitui uma “peça importante para a dignificação da profissão docente”, insistiu Nuno Crato, reconhecendo, no entanto, que poderiam ser dispensados os professores com vários anos de serviço.

A decisão acabou por ser tomada perante a aceitação, por parte da FNE e dos restantes sindicatos afetos à UGT, da desmarcação de todas as ações de protesto já previstas, incluindo a greve no dia da prova e os protestos marcados para a próxima quinta-feira, na Assembleia da República.

Nuno Crato referiu ainda que esta abertura sindical não existiu durante as negociações de agosto, pelo que só agora foi possível esta decisão.

Quanto à devolução do dinheiro já pago pelos professores inscritos na prova e que agora já não terão de a realizar e outras questões mais práticas de alteração da lei, o ministro declarou que tudo irá ser esclarecido em breve.

Isabel Leiria (Rede Expresso)

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