Crianças algarvias são as que comem menos fruta e legumes

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(Foto: Jorge Padeiro/agência ZeroNet)

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Quase oito em cada dez crianças não ingere a dose recomendada pela Organização Mundial de Saúde, o que coloca o Algarve no último lugar em Portugal continental. Pior que o Algarve, só o Açores. Mas até meados do ano passado a situação era bem pior na região algarvia

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O Algarve é a região de Portugal continental onde as crianças, entre os 2 e os 10 anos, cumprem menos a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para uma ingestão mínima de três porções de fruta e duas porções de legumes diárias.

O estudo, divulgado recentemente pela Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI), refere que 78,2 por cento das crianças algarvias não cumpre aquela recomendação. Este valor coloca a Região do Algarve no último lugar do território continental e no penúltimo em relação ao país, onde está um pouco melhor do que os Açores (84,7% não cumpre a dose diária recomendada).

Seguem-se as regiões da Madeira (69,8%), Lisboa e Vale do Tejo (66,8%), Norte (63,4%), Alentejo (63,4%) e Centro (62,5%). Os dados indicam que a média nacional de crianças que falha as referidas doses diárias é de cerca de 65 por cento. Segundo o mesmo estudo, o grupo etário dos 6 aos 7 anos foi o que reportou um maior consumo de fruta e de legumes inferior às recomendações com uma percentagem de 68,2 por cento.

Os investigadores concluíram ainda que 85,8 por cento dos alunos “almoça diariamente no refeitório da escola” e que “mais de metade desses alunos (54,5%) que refere não incluir legumes no prato também não chega a atingir a recomendação da OMS para a ingestão de pelo menos duas porções de legumes por dia”. Os dados vieram também demonstrar que “as crianças obesas são as que menos legumes ingerem, com uma prevalência de 38,3% de consumo inferior às recomendações”.

Este estudo envolveu 17.698 crianças, dos 2 e os 10 anos, de 388 escolas pertencentes a 139 concelhos dos 18 distritos continentais e das duas regiões autónomas: Açores e Madeira. A APCOI recorreu aos dados fornecidos pelos professores cujos alunos estiveram envolvidos na sexta edição do projeto “Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável”. A recolha dos dados foi efetuada através da aplicação de um questionário, antes e depois das 12 semanas de intervenção do referido projeto, entre os dias 16 de outubro de 2016 e 20 de janeiro de 2017.

Situação já foi pior

De acordo com o mesmo estudo, em todas as regiões houve um aumento da prevalência de crianças a reportarem consumir três ou mais porções de fruta após a implementação do referido projeto, mas o Algarve foi a região que registou a maior subida (mais 17,3%). Seguiram-se Madeira (mais 15,4%), Norte (mais 15%), Lisboa e Vale do Tejo (mais 12,4%), Centro (mais 10,6%), Açores (mais 10%) e Alentejo (mais 8,3%).

Globalmente, e comparando os dados iniciais com os recolhidos após as 12 semanas de participação no projeto “Heróis da Fruta”, 41,9 por cento das crianças do país aumentou o seu consumo diário de fruta. E 43,3 por cento das crianças portuguesas terminou a sua participação no projeto com um consumo de fruta de acordo com as recomendações, correspondendo a uma subida de 12,2 por cento comparativamente com os hábitos de consumo que tinham antes de integrarem o projeto.

Adesão ao projeto “Heróis da Fruta” é gratuita

Entretanto, a APCOI recordou que as inscrições para o projeto “Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável”, cuja sétima edição terá como tema “Comer Legumes para Aumentar os Super Poderes”, estão abertas até ao dia 13 de outubro.

A adesão é gratuita e está disponível para jardins de infância, escolas de 1.º ciclo do ensino básico, bibliotecas escolares e ATL, públicos ou privados. A inscrição pode ser efetuada através da internet (www.heroisdafruta.com) ou de telefone (210 961 868).

“Tendo em conta as impressionantes estatísticas de sucesso obtidas nos anos letivos anteriores em relação ao aumento do consumo de fruta nas crianças participantes, será muito interessante estender estes resultados positivos aos legumes e conseguir pôr as crianças portuguesas a comer mais saladas e vegetais no prato, ao almoço e ao jantar, todos os dias”, refere Mário Silva, presidente e fundador da APCOI.

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