O aumento do desemprego e a diminuição dos apoios sociais estão a fazer disparar o número de famílias, crianças e jovens em situação precária e a precisar de ajuda. Neste cenário de crise, o Algarve está a preparar-se para o agravar dos problemas das famílias, tendo completado na semana passada a rede de comissões de proteção de crianças e jovens em risco.
Leandro chegava à escola faminto, sem livros e sem uma única moeda para comprar uma sandes ou um bolo. A professora reparou na fragilidade da criança de nove anos e denunciou a situação, até que o tribunal interveio e chamou a mãe. Perante a justiça, a progenitora confessou que não estava a fazer o seu melhor para cuidar do rapaz. Afinal, estava separada, desempregada e tentava desesperadamente encontrar um novo trabalho, pelo que se tinha esquecido de preencher os formulários da ação social escolar do filho.
A história do Leandro está a repetir-se cada vez mais nos dias de hoje, à medida que crescem também as dificuldades financeiras das famílias. Quem o garante são os responsáveis das comissões de proteção de crianças e jovens em risco (CPCJ), que têm em mãos casos de crianças mal alimentadas, que faltam à escola, que ficam sozinhas em casa ou que são vítimas de maus tratos e violência doméstica.
Com a inauguração, na semana passada, das CPCJ de Monchique e São Brás de Alportel, a região algarvia completou a rede de comissões, ou seja, já existe uma comissão de proteção em todos os 16 municípios…
(Toda a reportagem na edição em papel do Jornal do Algarve – dia 15 de dezembro)