Crise na Venezuela não atinge Maduro

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Nicolás Maduro anunciou várias mudanças no Executivo local

Nicolás Maduro só está no poder na Venezuela há nove meses, mas os gastos do seu gabinete já superam os do seu antecessor e mentor, Hugo Chávez, numa altura que o país atravessa uma grave crise económica.

Na quinta-feira, Maduro anunciou a saída do cargo do atual ministro das Finanças, Nelson Merentes, assim como uma reforma do sistema de controlo de divisas e a manutenção do câmbio de 6,3 bolívares por dólar norte-americano em 2014.

As medidas não foram apresentadas como remendos orçamentais, mas como a “expansão de um sistema financeiro ao serviço da pátria”, algo que é contestado pela oposição no país – liderada por Henrique Capriles Radonki -, que recorda os gastos diários de quase dois milhões de euros do gabinete da presidência.

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O orçamento para as despesas de Maduro em 2014 cifra-se nos 700 milhões de euros, segundo dados citados pela Globo e recolhidos pela Transparência Venezuela , uma organização civil contra a corrupção no país.

O número supera largamente os gastos de Chávez em 2011, que ascendiam aos 586 milhões de euros, e traduz-se em grandes comitivas em viagens – Maduro costuma viajar com 120 pessoas, incluindo guarda-costas, médicos e provadores de comida – e estadias nos hóteis mais luxuosos do mundo.

39 ministérios e 111 ‘vice-ministérios’

Atualmente, a Venezuela, recordista mundial da inflação em 2013, com números acima dos 56%, atravessa uma complicada situação económica e um crónico problema de abastecimento de bens essenciais.

Na remodelação governamental anunciada, Maduro decidiu fundir o Ministério da Banca Pública com o Ministério das Finanças, mas o Executivo continua a ser vasto, chegando aos 39 ministérios e 111 ‘vice-ministérios’, incluindo um dedicado à ‘Suprema Felicidade do Povo’ e outro às ‘Redes Sociais’.

O ministro das Finanças Nelson Merentes irá regressar ao Banco Central local, entidade que presidiu até passar a ocupar a pasta governamental em abril de 2013. Perante o parlamento, onde passou em revista o ano de 2013, Nicolás Maduro anunciou também o fim da Comissão Estatal de Administração de Divisas que terá as suas funções absorvidas pelo novo Centro Nacional de Comércio Externo.

Em várias passagens da sua intervenção, depois de anunciar as inúmeras mudanças, Maduro reiterou acusações de que o tecido empresarial venezuelano lidera uma guerra económica contra o seu Governo, mas manifestou a sua confiança em ações para que “nunca mais a burguesia parasitária” volte a ter o poder no país. “Vamos avançar para a supressão radical do capitalismo”, garantiu o líder venezuelano.

RE

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