Existem várias definições de recessão. A mais tradicional e prática, tendo em conta a disponibilidade de estatísticas, é a chamada recessão técnica, que se decreta quando há dois trimestres consecutivos de queda do Produto Interno Bruto (PIB). Permite identificar os momentos em que a economia afunda a partir dos dados trimestrais que os institutos de estatísticas produzem. A posteriori, é possível identificar também com pormenor os meses exatos da viragem. Mas há um conceito mais abrangente, mais virado para o longo prazo, em que a recessão é o período que vai desde que a economia entra em contração e o momento em que regressa ao ponto de partida.
Neste conceito, a recessão da zona euro ainda não terminou. E a portuguesa ainda menos. O PIB ainda não voltou ao nível que tinha em 2008, antes da crise financeira que deflagrou nos EUA. No caso dos países da moeda única, isso deverá acontecer este ano, se se confirmarem as estimativas. Os dados da Comissão Europeia, mais concretamente da base de dados AMECO, apontam para que o PIB da zona euro seja já ligeiramente superior (0,2%) ao registado há sete anos a preços de 2010 (que corrigem o efeito da inflação).
João Silvestre (Rede Expresso)
