CRÓNICA DE FARO: “2018 – Ano Europeu do Património Cultural”

Foi em 2005, volvidos que já são uma dúzia de anos que, no Vale de Lobo, aquando da reunião dos ministros da cultura dos países membros da União Europeia foi assinado um documento da maior importância e que hoje é uma das “Cartas Magnas” do pensamento deste velho continente, que ficou conhecido como “Convenção de Faro”. A essência escrita e pensamento desse importante escrito ficou-se a dever à invulgar figura do, então representante de Portugal, um “algarvio” que não o sendo pelo nascimento o é, indubitavelmente, pelas ancestrais ligações familiares, com base numa das grandes colunas do pensamento regional, que é Boliqueime, hoje administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, o professor Dr. Guilherme de Oliveira Martins. Tem prestado à terra-mãe da sua honrada família os mais relevantes e assinalados serviços, a par do desempenho, com uma impoluta dignidade elevados cargos públicos, sendo merecedor da admiração, apreço e gratidão de todos nós.
Na “Convenção de Faro – 2005” se apontava, pela pena e inteligência daquele homem público, o que mereceu total adesão e ratificação dos países membros da União Europeia, as linhas de defesa, preservação e dignificação do património cultural, como um ADN da Europa, no contributo e respeito pelas identidades de cada povo e se fazia antever a celebração de um ano integralmente dedicado a esta valia, o que acontecerá em 2018. Teremos assim que a reunião há doze anos acontecida no Algarve e o documento denominado “Convenção de Faro” anteviu a realização do “Ano Europeu do Património Cultural”, o qual foi alvo de uma brilhante intervenção de uma referência da vida intelectual algarvia e responsável por diversas realizações nos últimos anos acontecidas entre nós, a mestra Dra. Dália Paulos, um manancial pleno de valia intelectual, saber e querer.
Em sessão acontecida na Casa dos Açores no Algarve e no prosseguimento da meritória atividade que, desde há anos, esta prestigiada instituição regionalista, presidida pelo dedicado Rubem Santos tem desenvolvido, aquela insigne farense apontou o que vai ser este “Ano Europeu do Património Cultural – 2018”, quer a nível da União Europeia, como de Portugal e do Algarve e a tríplice base em que assenta a concretização assumida pelos organismos comunitários, o Parlamento e a Comissão Europeias. São elas a triologia pessoas, porque a cidadania constituirá uma das suas grandes vertentes pelo assumir do compromisso e intervenção de cada europeu; o território, como espaço cenário desta vivência comum e o património cultural, matriz desta identidade que é de todos porque ao longo de milénios consubstanciada pelas gentes da Europa.
Temos assim a capital sulina através da “Convenção de Faro – 2005” ligada, de forma indissolúvel a este “Ano Europeu do Património Cultural – 2018”.

João Leal

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