CRÓNICA DE FARO: «Astragalus Algarbiensis»

Em excelente texto científico sobre o ambiente, assinado pela jornalista Carla Tomás, publicado nesse semanário, o «Expresso», que é referência, desde há décadas do jornalismo português, chamou-nos, desde logo a atenção o binómio que encima esta crónica no que aponta à ligação à região algarviense. Trata-se de «uma espécie de planta, com flor, pertencente à família das «fabaceae», nome de origem inicial grega e depois latinizada, aplicado à forma subcúbica das suas sementes parecidas a um osso do pé (astragalus) e algarbienses devido à sua localização»


É referido pelo botânico António Xavier Pereira Coutinho no livro de sua autoria «Flora de Portugal – Plantas Vasculares». Floresce neste mês de Maio e existia em grandes quantidades nas sebes existentes na estrada entre a capital sulina e o sítio da Senhora da Saúde, há anos, quando menino e moço o fomos, era toda uma vasta zona agrícola. Hoje para além de inúmeros edifícios, entre os quais a Escola Afonso III, diversas vias e urbanizações, para além de modernas vias, nas quais se inclui a Avenida Calouste Gulbenkian.


Esta exótica planta algarvia é uma vagem semi – linear «com bordo superior reto e flores purpurescentes dispostas em cachos». Alvo da proteção que lhe é concedida por legislação portuguesa e comunitária (Diretiva Habitats), segundo esta página do «Expresso» – «60% das plantas avaliadas estão em risco de extinção» a «Austragalus Algarbiensis» inclui-se nas dezanove espécies extintas em Portugal, das quais dezassete extinguiram-se regionalmente», como aconteceu com esta espécie de nome algarvio, o mêsmo havendo sucedido em toda a Península Ibérica e só, sendo frequente, em Marrocos.
Requiem por esta nossa conterrânea botânica, feita desaparecer pela pandemia do não respeito à Mãe Natureza e, mais pobre, com a morte da «Austragalus Algarbiensis» a riqueza vegetal e endémica do Algarve.

João Leal

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