Crónica de Faro: Até 15 de Novembro…

…pode e deve ser visitada a magnífica exposição «Manuel Martins, oficial de entalhador e escultor famoso», patente no Museu Municipal de Faro (Largo Afonso III, Vila-a-Dentro) e dedicada à figura e obra do maior artista algarvio do período barroco. É que quer a excelência da importante obra deste artista farense, como a forma como a mesma é apresentada, constituem uma admirável e pedagógica lição, mostrando algumas das peças mais notáveis da arte sacra algarvia. Entre as mesmas, com uma atraente e objectiva apresentação exposicional, incluem-se; São Joaquim (Ermida N. Sra. de ao Pé da Cruz), Santa Bárbara (Igreja de São Pedro) e N. Sra. da Conceição e Glória de Serafins (Igreja de São Francisco), provindas todas de templos desta cidade e o Senhor Morto, que se venera na Igreja Matriz de Santa Bárbara de Nexe.


Quem foi o Mestre Manuel Martins? Recorremos ao catálogo da exposição para transcrever: «Escultor, entalhador e debuxador de retábulos, nascido na cidade de Faro em 1667 e falecido na mesma localidade em 1742. A sua oficina, a de maior prestígio em toda a diocese algarvia, localizava-se na Rua dos Capuchos (actual Serpa Pinto), tendo sido irmão da Confraria das Almas na igreja matriz de São Pedro. Tal como o seu irmão, o também prestigiado Gaspar Martins, aprende a profissão com o seu cunhado, João Baptista Severino, italiano, que se fixa em Faro, por volta de 1680. Manuel Martins exerceu a sua profissão para a clientela de maior relevância em toda a região, sendo, ainda em vida, considerado um escultor famoso. Da sua obra de escultura destacamos o conjunto de imagens da procissão do Triunfo (que em Domingo de Ramos, até aos anos 70 do século passado saia) da igreja da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, em Faro».


A exposição, notabilíssima a todos os títulos e cuja visita recomendamos, teve a coordenação geral do Dr. Marco Lopes (Director do Museu Municipal) e o seu Comissariado Científico foi confiado ao erudito mestre universitário farense professor Doutor Francisco Lameira, sem dúvida a maior sumidade sobre arte barroca algarvia. Escreve o mesmo um amplo artigo sobre Manuel Martins no livro dedicado a este certame, com centena e meia de páginas e em que colaboram igualmente além destes dois estudiosos os drs. Daniel Santana e Susana Paté.

João Leal

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