CRÓNICA DE FARO: Dr. José Louro, “Prémio Maria Veleda”

Opinião de João Leal

A mediática peça teatral “À espera de Godot”, do grande dramaturgo norte-americano Samuel Becket foi, ali no início doa anos 60 do século XX, o contato primeiro havido com o recém-chegado a Faro, pedagogo e homem de cultura, Dr. José Louro. As suas ideias, o seu espírito inovador e a sua capacidade de comunicação suscitaram, desde logo, um apreço e uma admiração que se consolidaria ao longo das décadas da sua vivência entre nós e que agora, com toda a justiça foram concretizadas com a atribuição do prémio “Maria Veleda”, instituído em homenagem à mulher que nascida em Faro (Maria Carolina Frederico Crispim, 26 de Dezembro de 1887) e falecida em Lisboa (8 de abril 1955), para onde muito jovem fora residir, é das figuras algarvias, com maior projeção nacional, como pugnadora dos ideais republicanos e dos direitos das mulheres, professora, jornalista, pensadora, espiritualista, pioneira da educação das crianças, etc…

Ao tomarmos conhecimento deste merecida distinção ao Dr. José Luís Leite da Silva Louro, conforme candidatura, que honra e prestigia o histórico Clube Farense no seu mais de século e meio de brilhante historial, à entidade instituidora, pela vez segunda deste “Prémio Maria Veleda”, a Delegação Regional da Secretaria de Estado da Cultura, ocorre-nos o triplo pensamento que nos advém de: o gesto havido pelo Clube Farense, os muitos méritos do distinguido e a sua voluntariedade, liberalidade e cultura tal como a da insigne farense, ele que é um farense de alma e de coração e a mais que justa e correta decisão do júri nomeado pela entidade instituidora.

É que, conforme o foi deliberado por unanimidade, face às sete candidaturas propostas, se considerou: “o seu percurso de vida, bem como a sua participação cívica e cultural são um relevante testemunho que vai totalmente ao encontro dos critérios e do espírito subjacentes a esta distinção”.

O ensino, a juventude, o associativismo, a introdução de novas práticas culturais no Algarve, a participação na criação do SIN-CERA (teatro universitário), da Companhia de Teatro do Algarve (CTA) e o teatro Al-Masrah, o seu profundo conhecimento de Fernando Pessoa, um dos maiores vates portugueses tão visceralmente ligado ao Algarve, fazem do Dr. José Louro, preferimos tratá-lo pelo professor Zé Louro, conforme é acentuado pelo júri do “2º Prémio Maria Veleda” – “uma referência inquestionável da educação pela arte na região”.

Sabe bem recordar, porque de íntegra justiça é fazê-lo, que esta distinção foi instituída em 2014 pela Delegação Regional da Secretaria de Estado da Cultura visando “o reconhecimento cultural e cívico de personalidades que se tenham revelado como protagonistas de intervenções particularmente relevantes e inovadoras na região”.

Parabéns, professor Zé Louro!

João Leal

 

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