CRONICA DE FARO: Em tempo de feira

É inaugurada dia 19 de Outubro (sexta-feira), a plurissecular “Feira de Santa Iria”, que se prolongará até 28 do corrente e decorre no Largo de São Francisco. Ainda que sem o impacto social, comunitário e económico de tempos idos, mais uma edição deste certame, com dia maior e calendarizado a 20 de Outubro (dia que a Igreja Católica consagra aquela mártir), tempo de feira é sempre diferente, congregando as vertentes humanas, de negócios e diversão, como alavancas maiores desta realizações, surgidas desde os tempos remotos da Antiguidade para incrementar o desenvolvimento local.
Tem história também a feira farense (a única sobrevivente das duas existentes, que a Feira do Carmo, a 15/16 de julho, há décadas se deixou de realizar. Sobre as suas origens, vivência e evolução ao longo dos anos, de modo próprio no que à localização respeita, escreveu um interessante estudo, aquando dos 450º aniversário da sua criação, o investigador Dr. Libertário Viegas, que doi dedicado diretor dos “Anais do Município”. Já de há muito desapareceram os fantoches, marionetas ou robertos, o xarabaneco (que até serviu de alcunha para um saudoso professor liceal), o poço da morte (em que chegou a brilhar um ciclista algarvio, o José Martins), a sua expansão até aos Largos Afonso III e D. Marcelino Franco e artérias de acesso ao Largo de São Francisco, os circos ou “barracões”) que vários chegavam a ser (Luftman, Cardinali, Royal, etc.) e a conhecida no Algarve e Baixo Alentejo em fora, “Taberna do Rolim” que nestes dias registava enorme frequência, onde se jogava ao burro e à malha e situava em zona, felizmente, desafetada da muralha, junto ao Palacete Belmarço.
Mas a “Feira de Santa Iria”, ainda que sem a expressão económica da Feira da Praia, em Vila Real de Santo António, mexe com a cidade capital sulina e constitui, para além de um procurado centro de diversões, de gastronomia e de compras, um motivo forte para que de toda a região aqui ocorram largos milhares de visitantes, sem olvidar o cartaz que o é para os visitantes. Como era hábito se desejar, no antigamente, “boas feiras”, leitor amigo.

João Leal

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