CRÓNICA DE FARO: Gastão Cruz, um farense da constelação maior da literatura portuguesa

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Foi no Sábado, 4 de Agosto, da semana pretérita que um “filho de Faro”, daqueles que enaltecem, honram e amam esta Terra-Mãe, que no verdadeiro Algarve natural, em Querença (Loulé), encerrando a 3.ª Edição do FLIQ (Festival Literário Internacional de Querença) que o Ministro da Cultura, ligado por fortes laços familiares ao serrano algarvio (Ameixial), impôs a Gastão Cruz a “Medalha de Mérito Cultural”, em pública homenagem do Governo Português a este persistente operário das letras nacionais. Um ato de justiça, que confirma, o mérito enorme de quem, desde menino e moço, tem dedicado e sua vida de cidadão vertical, ao labor literário através não da escrita não só de numerosos livros (“A morte percutiva” – 1961, “A Poesia Portuguesa Hoje” – 1973, “Campânula” – 1978, “Órgão de Luzes” – 1990, “Transe – Antologia” 1960 – 1990 – 1992, “As Pedras Negras” – 1995, “Poesia Reunida” – 1999, “Crateras” 2000, “O Pianista”, “A Moeda do Tempo e Fogo” – 2009, “Rua de Portugal” – 2002, “Medelin” – 2012, etc), como de intervenção política e cívica (caso das greves académicas de 1962 e outras), da atividade teatral (fundador em 1975 do Grupo de Teatro Hoje, tradutor (Bake, Shakespeare, Cocteau e outros) e tanto, tanto mais.
Lembro-me de Gastão Cruz, desde os tempos de “bibe e calção”, ali quando, nos tempos de sua infância e adolescência morava na Rua Batista Lopes, hoje artéria incluía na zona pedonal desta cidade onde nasceu em 1941, da sua vivência escolar (Liceu João de Deus) e da fraterna amizade com esse tão grande valor prematuramente desaparecido que foi João Passos Valente.
Foi também aqui que começou com o “Grupo dos Cadernos do Meio Dia” (António Ramos Rosa, Casimiro de Brito) a sua aventura literária e iniciou um percurso da mais alta valia – distinguida para além da consagração oficial da “Medalha de Mérito Turístico”, com uma plêiade de prémios (Grande Prémio da Poesia da Associação de Escritores Portugueses – 2004, Prémio “D. Dinis”, Prémio do PEN Clube de Poesia, Grande Prémio de Literatura DST, Prémio Literário Correntes d’Escritas/Casino da Póvoa e muitos mais.
Nesta hora de consagração oficial e de reconhecimento do Povo Português a expressa manifestação por um dos seus mais humildes conterrâneos a quem nos honra, porque é um farense de alma e coração.

 

João Leal

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