De seu nome próprio Maria Rosária, nascida em 1907 e falecida já no século XXI (2004) e conhecida, pela sua compleição física como «Maria Baixinha» é tida e havida como «a última lavadeira que, em Lisboa, exercia o seu mister» lavando e entregando no domicílio das suas clientes a roupa lavada, o que aconteceu até á proveta idade de 88 anos na vivência de 1995.
«Maria Baixinha» é afinal a referência da existência das conhecidas lavadeiras que recolhiam e lavavam a roupa em locais próprios ou nas próprias ribeiras ou cursos de água, e celebrizadas inclusive em canções («Oh rio ai não te canses, ai que o sabão não mata, ai até lava os peixes e torna-os cor de prata»…) ou no cinema (caso da «Maria Papoila» e de outras manifestações pictóricas.
Conhecemos durante anos o que acontecia aqui em Faro em que esta plêiade laboriosas obreiras se havia, com uma dedicação e fidelidade às «suas senhoras», trabalhando «à ponta de uma pedra», como minha saudosa avó paterna Maria Francisca o dizia e de cujo trabalho, em que muitas vezes participei ali na Horta do Colégio (Rua Almeida Garrett), quer ajudando-a a pendurar e a recolher ou a entregar a roupa lavada às suas proprietárias nos mais distantes locais da cidade (Ruas Frederico Lécor, Conselheiro Bivar, Caçadores 4…). Desse seu trabalho vinha o sustento da família, a cuja situação de viuvez tinha que responder com o seu honrado trabalho. Eram dezenas na capital sulina como o eram às dezenas de milhar em todo o País. Outros tempos…
Assim esta lavandaria «Maria Baixinha» inaugurada há tempos na Rua General Teófilo da Trindade, n.º 48, representa uma homenagem a todas as lavadeiras de Portugal na referência e lembrança de memória daquela figura da vida lisboeta que houve este mister!
João Leal