CRÓNICA DE FARO: Que mal fez Faro?

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Colaboradora. Designer.

Pouco a pouco, como um bicho que paciente e diligentemente vai roendo e exterminando a madeira, sentimos, com profundo pesar e notória preocupação, que a nossa Terra Mãe, Faro, vai perdendo as suas aptidões e competências, aqui instaladas. Por este ou aquele motivo, pelas mais díspares razões apontadas, sejam-no de toda a ordem e invocação, a capitalidade sulina, vai-se esbatendo, sem vermos, num futuro próximo, algo que altere este sentido indesejável.
Há anos atrás cujo concelho liderado pela cidade, que Dom João III a denominou com esta categoria em 7 de Setembro de 1540, perdeu o seu matadouro regional, elemento da maior valia, cujo reaparecimento, não obstante as várias promessas, jamais voltou a acontecer. Foi-o também com o histórico Regimento de Infantaria n.º4 (ao valor do regimento do General Freire…) e mais recentemente, no que ao sector castrense se refere, até ao distrito de recrutamento e mobilização, durante décadas instalado ali no Largo Terreiro do Bispo, o foi transferido para outra terra. Por decisão do Ministério do Mar o porto comercial de Faro, com reduzido movimento nos últimos tempos é certo, mas que importava impulsionar as fontes produtoras dos materiais a exportar, foi transferido para Portimão, enquanto o aproveitamento do chamado “Cais Novo” é uma miragem que não se vislumbra até quando. Nestas infraestruturas vitais para o desenvolvimento de uma região, e Faro não foge a tal , o parque de combustíveis do Bom João, alimentado pelos petroleiros que atracavam no referido cais, foi mudado para imediações da estação da CP de Loulé.
No plano desportivo as associações regionais de basquetebol e de ciclismo, de há muitos anos e décadas, que têm as suas sedes noutros concelhos e a Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, em excelente aproveitamento do que foi o quartel militar, antes desta inteligente opção, teve para ir parar a Vilamoura.
Foi esta crónica motivada em grande parte pela recente decisão ministerial da Administração Interna de levar para Loulé os Comandos Distritais da GNR (Guarda Nacional Republicana) e da ANPC (Autoridade Nacional da Protecção).
Até a rua de Santo António, o maior centro comercial a céu aberto em terra algarvia deixou de conhecer aquele ambiente movimentado de “calle mayor” por via dos vários espaços/grandes superfícies, surgidos em derredor da ainda capital do Algarve.
É preciso unir esforços das entidades autárquicas, associações regionais (Faro 1540, Tertúlia Algarvia, etc), todos os cidadãos residentes para que Faro readquira a importância e valor que pouco a pouco se vai esbatendo.

João Leal

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