CRÓNICA DE FARO: “Rostos de Guerra”

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João Leal

É este o título do livro da autoria de quatro jovens, que concluíram o ensino secundário da Escola Pinheiro e Rosa, em Faro e que foi, recentemente apresentado no Fórum Algarve, na capital algarvia. Trata-se de uma obra ímpar, que se reveste de múltiplos e significativos pontos de interesse, quer pelo ineditismo da mesma, quem pelo sentido da pleníssima atualidade de que se reveste – a situação explosiva no Médio Oriente e todo o dramatismo de que se revestem as migrações clandestinas no Mar Mediterrâneo.
São seu autores, aquém queremos desde já apresentar as mais efusivas e merecidas felicitações, por este testemunho vibrante que a todos nos toca – Gonçalo Jacob, Cátia Orvalho, Luísa Lino e Rafael Pina, um grupo que, uma vez mais e sempre, contraria o malicioso epíteto, que repudiamos por inteiro, com que foi apontada a juventude do nosso tempo de “geração rasca”.
Tudo começou num projeto escolar Erasmus +, esse magnífico laço de fraternidade e comunhão cultural entre jovens de toda a União Europeia que os levou à Grécia em 2017 onde tiveram contatos com refugiados oriundos da martirizada Síria e que define o espírito de pedagogia viva e ativa que se vive nesta escola secundária.
E são autores de “Rostos de Guerra” que afirmam: “A viagem marcou-nos de tal forma que decidimos começar a escrever”. Foi ainda em 2017 que o texto venceu o prémio, na categoria de Jovens de Comunicação “Pela Diversidade Cultural, promovido pelo Alto Comissariado para as Migrações . Com a merecida vitória veio a edição em livro deste sentir e viver de um grupo de estudantes farenses ante dois dos maiores dramas do nosso tempo.
Ao escrevermos este “Crónica de Faro” ocorre-nos também à memória a lembrança do saudoso patrono que dá o nome à Escola Secundária Professor Pinheiro e Rosa, também ele um orgulhoso farense e um dos vultos maiores do nosso tempo.
Mas o livro “Rostos de Guerra” envia-nos com uma atualidade premente o grito acutilante, porque sincero emanado do que foi sentido e vivido em terra helenísticas pelos quatro estudantes e que é um apelo lançado ao Mundo e a cada um de todos nós: “Basta! Paz na Terra!”.

João Leal

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