Crónica de Faro: Saudades…

Minutos volvidos sobre o trágico momento em que alinhavo este escrito, onde com cúmplice fraternidade, me informam do Hospital de Faro do falecimento de minha saudosa esposa, Maria Armanda, desce à terra natal querida o corpo de um amigo dilecto, jornalista conceituado e cidadão íntegro que era o Dr. Fernando Reis, dedicado Director do «Times».


Mais um elo, vinculadamente forte este laço, a unir-nos nesta Família que o somos, como sempre o fomos, a do «Jornal do Algarve». Desde a hora primeira havida, com José Barão em fundador, salvo acidentais temporais, que os há sempre mesmo nos mais calmos mares, tem sido este o espírito vivido e havido e que, estamos crentes, prosseguirá.


Havia entre mim e o sempre querido Director uma amizade recíproca, verdadeira e autêntica. Na pessoa de suas dedicadas Esposa, a nossa amiga D. Maria Luísa Travassos e as extremosas Filhas, expresso todo o meu profundo pesar e a expressão da mais dedicada amizade. Ao douto jornalista João Prudêncio, lídimo e dedicado Chefe de Redacção, as devidas condolências e solidariedade pele perda havida. Quero também expressar os pêsames à Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, pela morte deste filho dilecto, que tanto e tão dedicadamente amou a Terra – Mãe. A todos e para todos o mesmo apelo que José Barão o fez à beira da morte, na Casa de Saúde das Amoreiras, em Lisboa: «NÃO DEIXEM MORRER O TIMES». Adeus. Fernando, até um destes dias, que não será distante.


A minha companheira ao cabo de quase seis décadas, desde que o Matrimónio nos uniu na Fuseta, foi sempre uma esposa dedicada, uma mãe amantíssima, uma artista de grandes recursos, uma mulher de consensos e estimas, sempre construindo pontes de paz e amizade. Uma mulher que a si mesmo, pelo trabalho digno e continuado sempre a si mesmo se fez. Como em todas as casas há sempre um dia…que bem poucos foram. Cúmplice, desde os tempos de namoro, coma minha actividade no «Times» (a ele lhe dediquei um dos primeiros escritos – o primeiro da série «Terra da Terra Algarvia – «Fuseta, a Noiva Branca do Mar», 1960 – havendo sido sempre uma colaboradora na retaguarda. Voltou, como sempre o quis à Terra Mãe, a Fuseta, que tanto amava. Mais um ciclo da vida se encerra. Tal como o escrevi em relação ao Fernando Reis escrevo: «Adeus, Menina Querida, até um destes dias que não estará longe…».

João Leal

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