Crónica de Faro: Um cidadão íntegro, um polícia exemplar

Na minha actividade jornalística, quer quando função profissionalizada quer, como agora acontece, como lazer fundamental, já que escrever é uma necessidade vital, ao longo destes 67 anos, tive o grato e afectivo ensejo de criar muitas e saudáveis amizades. São-no daquelas que «parecem para sempre» e assim acontecem já que se prolongam, pela saudade, para além da morte. Entre os casos vários e nesta situação o que nem sempre é fácil com um responsável pelas Forças de Segurança, conhecidos não raros os conflitos, entre os chamados «segredos» e o dever de informar.


Assim aconteceu e com que pesar o assinalo com o falecido Subintendente da PSP Cesário José Barreto Gadelha, que nesta data (21 de Maio de 2021) foi a sepultar no Cemitério da Penha, na zona nascente da cidade a que tão devotadamente se consagrou. Foi um daqueles «farenses não nascidos em Faro» que, desde os idos de 1964, quando era Subchefe, com ausências que mais elevadas funções o motivavam, marcou de forma incontornável o seu perfil de homem, de humanista, de amigo dedicado, de motivador de grandes causas e que nos deixou, aos 87 anos de idade, após doença incurável.


Nascido em Nossa Senhora do Machede, freguesia do concelho de Évora, soube trilhar os degraus da vida com determinação, coragem, mérito e dignidade, ascendendo, por valor próprio e vontade nunca desmentida, as provas múltiplas a que foi sujeito, construindo uma carreira de grande dignidade. Durante as dezenas de anos em que esteve na terra sulina, após comandar a PSP no distrito de Beja, sendo responsável pela Divisão do Aeroporto Internacional de Faro e, por esta Força de Segurança de tão expressivo sentido cívico ao nível regional, soube conquistar a admiração, o respeito, a simpatia e o apreço de todos. Nesta globalidade queremos envolver desde os superiores hierárquicos a todos os elementos da sociedade civil e essa pleíade de dedicados e assumidos homens que são os referidos como «polícias» na sua complexa e sensível forma de estar e de ser.


Muito nos apraz recordar, até pelo envolvimento que com a mesma tivemos por via da amizade em que havíamos, o que foi o seu papel na criação e vivência da Delegação Distrital da ANAP (Associação Nacional dos Aposentados da Polícia) ou, numa extensão além – fronteiras, com a IPA (Associação Internacional da Polícia). Em ambas as entidades houve o ensejo de se testemunhar a generosidade e capacidade interventiva do Subintendente Cesário Gadelha, tal como o chefe de família, expressando o nosso pesar na pessoa de sua dedicada Esposa, D. Tomásia, e o amigo dilecto que o era e foi para todos.

João Leal

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