Cruz dificulta vida a Trump no Wisconsin e Sanders volta a derrotar Clinton

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Ted Cruz

O Wisconsin não é um estado que costume angariar muitas atenções em ano de eleições presidenciais nos Estados Unidos. Não é uma Florida, com a sua enorme quantidade de delegados eleitorais em disputa, nem é um Iowa, que é sempre o ponto de partida das primárias dos partidos democrata e republicano. Mas se há coisa que este 2016 já provou é que não é um ano comum, pelo menos não nos Estados Unidos, o que significa que, ao contrário de corridas anteriores, muita gente estava ansiosa por conhecer o desfecho das votações desta terça-feira à noite, madrugada de quarta em Portugal.

Considerando as sondagens de intenções de voto no estado, os resultados não surpreenderam do lado republicano. Ted Cruz, senador do Texas que se autointitula o único republicano capaz de destronar Donald Trump, efetivamente destronou Donald Trump. Os resultados por distrito ainda não são conhecidos, mas é quase certo que o candidato evangélico chame a si a maioria dos 42 delegados em disputa no estado do Norte dos EUA.

Apesar de mesmo sem esses delegados Trump manter uma distância considerável na contagem em relação aos dois rivais da corrida, Cruz e o governador John Kasich, com a derrota desta noite no Wisconsin a vida do magnata de imobiliário fica dificultada ao ver aumentadas as probabilidades de haver uma brokered convention, ou convenção aberta, em julho (quando nenhum candidato consegue o mínimo de 1237 delegados republicanos necessários para garantir a nomeação antes desse encontro nacional).

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Do lado democrata, as coisas também não correram de feição para a líder da corrida. Depois de uma série de vitórias relativamente inesperadas de Bernie Sanders, que puseram Hillary Clinton e a sua campanha em alvoroço, o senador do Vermont voltou a bater-se com a ex-secretária de Estado e a sair vencedor no Wisconsin. Isto não significa que a posição de Clinton na corrida democrata tenha ficado tão ameaçada por esta derrota quanto a de Trump no lado republicano. Ainda assim, vem demonstrar que nem tudo está perdido e que, apesar de baixa, existe a possibilidade de Sanders conseguir a nomeação e fazer valer a sua mensagem socialista e de quebra com o sistema.

Esse facto fica reforçado considerando que, depois das vitórias do senador nos estados de Washington, Hawai e Alasca, a medição de forças dentro do partido democrata já começou e Sanders está a ver o sol a brilhar cada vez mais. Há três dias, foi noticiado que afinal será Sanders e não Clinton a vencer no Nevada. Apesar de o estado ter ido a votos em processo de caucus a 20 de fevereiro, no sábado parte dos delegados do estado decidiu trocar a lealdade a Clinton pelo apoio ao senador na convenção democrata intercalar.

Sanders continua, ainda assim, muito atrás da rival na contagem de superdelegados, uma característica exclusiva do Partido Democrata implementada na década de 80 e que dá à elite democrata (leia-se, representantes eleitos do partido, desde senadores a governadores) total liberdade para escolherem quem querem apoiar, independentemente da vontade manifestada pelos eleitores nas urnas. A menos de duas semanas das importantes primárias no estado de Nova Iorque, disputadas a 9 de abril, e da próxima grande etapa a 26 de abril — quando o Connecticut, Delaware, Maryland, Pensilvênia e Rhode Island vão a votos em simultâneo — os analistas anteveem uma enorme corrida por cada delegado dentro do partido democrata. É aí que Sanders poderá reverter o seu segundo lugar para ser ele a disputar a presidência em novembro.

Joana Azevedo Viana (Rede Expresso)

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