Culatra recebe “selo” de sustentabilidade para proteger identidade da ilha

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A ilha da Culatra vai receber uma certificação para a sustentabilidade, uma forma de proteger a identidade e o património ambiental daquela comunidade piscatória, alvo de grande pressão turística durante o verão, foi anunciado.

A certificação, que vai ser implementada ao abrigo do projeto “Culatra 2030 – Comunidade Energética Sustentável”, é da responsabilidade da Small Islands Organization (Smilo), uma Organização Não Governamental (ONG) internacional com sede em França, adiantou o coordenador do projeto, André Pacheco.

Segundo aquele investigador da Universidade do Algarve (UAlg), trata-se de “um selo de sustentabilidade em cinco pilares: água, resíduos, energia, biodiversidade e ecossistemas e património cultural”, cuja proteção é fundamental para não “desvirtuar” a identidade da ilha.

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“Se nós quisermos que daqui a uns anos a Culatra seja a ilha da Culatra, uma comunidade piscatória enraizada na Ria Formosa, que tem uma história e uma identidade com mais de 200 anos, e que faz parte do património de todos nós, temos de promover essa sustentabilidade”, referiu.

André Pacheco falava aos jornalistas à margem da cerimónia de assinatura do acordo de constituição do comité insular da ilha da Culatra, composto por mais de uma dezena de entidades com responsabilidades na área de gestão do território da Culatra.

Aquela ilha barreira da Ria Formosa é uma das ilhas europeias que servirá como uma comunidade piloto em energias renováveis, ao abrigo de um projeto coordenado pela Universidade do Algarve e selecionado pela Comissão Europeia.

Numa primeira fase, o projeto Culatra 2030 desenvolveu uma agenda de transição energética para a criação de uma comunidade sustentável.

Agora, segundo André Pacheco, o comité insular formalizado esta sexta-feira vai desenhar, com o apoio da Smilo, um plano estratégico para a ilha que será “balizado tendo em conta os instrumentos regulatórios sobre o território”, cuja jurisdição cabe a sete entidades.

A revisão da portaria do Ministério do Mar que permite a legalização das casas na ilha da Culatra, prevista para daqui a 30 anos, pode implicar a não renovação das concessões a “quem não tiver assegurado que continuam as atividades económicas e piscatórias que dão identidade à ilha”, alertou.

O comité insular da Culatra é composto por várias entidades, nomeadamente, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, a UAlg, a Associação de Moradores da Ilha da Culatra, a Agência Portuguesa do Ambiente, o Parque Natural da Ria Formosa, a Câmara de Faro, União de Freguesias de Faro, Capitania do Porto de Olhão, Docapesca e a Águas do Algarve, entre outras.

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