Curso da Universidade do Algarve ensina técnicas de investigação debaixo de água

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Aprender técnicas de investigação debaixo de água é o objetivo do Curso de Mergulho Científico da Universidade do Algarve (UAlg), a primeira e até agora única entidade do país a ministrar o curso, que tem atraído muitos estrangeiros.

O curso permite a alunos e investigadores de áreas como a Arqueologia ou Ciências do Mar obter o certificado internacional de mergulhador científico, uma ferramenta de trabalho que pode ser muito útil, diz o responsável.

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Segundo Pedro Neves, para tirar o curso é preciso deter uma certificação de mergulhador de nível dois, pois a ideia não é ensinar a mergulhar, mas sim a usar o mergulho como complemento do trabalho de laboratório.

“Durante o curso, ensinamos a aplicar técnicas de investigação debaixo de água, como recolha de sedimentos e contagem de organismos, entre outras”, refere, sublinhando que o trabalho dentro de água é “muito mais difícil”.

Além de dependerem das condições meteorológicas, os investigadores têm ainda de trabalhar com tempo limitado, já que no trabalho de campo têm o “dia todo”, mas no mar o trabalho conta-se “em minutos e segundos”.

De acordo com o responsável do curso, existem inúmeras áreas em que estes conhecimentos podem ser aplicados, desde a Arqueologia à Biologia, Ciências do Mar, Oceanografia e até Engenharia do Ambiente.

O curso tem sido muito procurado por alunos estrangeiros que estudam na Universidade do Algarve, sobretudo porque nem sempre têm essa possibilidade nos seus países de origem, diz Pedro Neves.

“Estes alunos estrangeiros procuram o curso sobretudo no verão”, refere o mergulhador, que até hoje já formou alunos de outras universidades portuguesas e também da Austrália, Espanha, Alemanha, França e Croácia.

Ao todo, são mais de vinte mergulhadores científicos formados pela UAlg, que terminou este mês um curso e em setembro espera arrancar com o próximo, destinado a alunos estrangeiros, diz Pedro Neves.

O custo do curso, que dura cerca de dois meses, é variável – pois pode ser financiado -, mas ronda os 600 euros, acrescenta o mergulhador chefe da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UAlg.

Depois de 120 horas de formação teórica (cerca de 20 sessões), os alunos têm cerca de seis sessões teórico práticas, nas quais fazem exercícios em terra, passando depois para o mar, onde fazem no mínimo dez mergulhos.

Um dos próximos objetivos é conseguir integrar no curso a vertente da recolha de imagens subaquáticas, mas para isso é preciso “praticar muito” e adquirir experiência, pois é algo que não se ensina em “dois ou três mergulhos”, conclui Pedro Neves.

O mergulhador é o único instrutor certificado para dar o curso e a Universidade do Algarve a única entidade certificada em Portugal pela Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas para ministrar cursos deste género.

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