Gunther Häberlen, a história de um alemão fascinado pelo 25 Abril

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Passou a vida estudantil fascinado com a Revolução de Abril de 1974, paixão que o trouxe, em 1980, a Portugal para redigir a tese de mestrado “Porque foi o MFA a derrubar o Estado Novo”

Portugal e Alemanha são países distantes e distintos. As diferenças económico-sociais não poderiam ser maiores, assim como as horas de sol anuais em cada território. São vários os países que nos separam, mas também um Produto Interno Bruto per capita (PIB per capita) que faz qualquer português pensar duas (ou três) vezes antes embarcar num voo rumo ao centro da Europa. Gentes e culturas distantes, não apenas pelos milhares de quilómetros que separam um país periférico do Sul da grande potência económica europeia, mas também pelas divergências entre um país onde tudo acontece devagar e outro onde tudo parece prosperar.

Numa altura em que as forças políticas de extrema-direita afunilavam os horizontes de jovens germânicos e ainda se faziam sentir os efeitos de uma ditadura (embora remota de 30 anos) na Alemanha, a Revolução Portuguesa provocou uma epifania na vida Gunther Häberlen, que se revia nas gentes e na experiência revolucionária portuguesa. No rescaldo do pós-revolução em Portugal, em que muito havia por fazer, “cresceu a ideia de ajudar a dar continuidade ao que os portugueses conquistaram”, disse-nos. Por isso, no verão de 1975, Gunther (então com 21 anos) e mais três colegas partiram de carro rumo a Lisboa.

Foi um Ford Taunus 20M que levou os quatro amigos à capital portuguesa, onde se fixaram num complexo desportivo, coordenado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA). Voluntários e tropas reuniam-se para transformar o País. Para Gunther e Erich, a vinda a Portugal “não era só para participar nas manifestações em Lisboa”. Os dois queriam “trabalhar e ajudar o povo português” e por isso foi-lhes dada a possibilidade de trabalhar na Cooperativa do Zambujal (Setúbal), onde ficaram durante 10 semanas. Durante o ano de 1975, mais de um milhão de hectares foram ocupados por agricultores, momento em que foram constituídas as Unidades Coletivas de Produção (UCP) e cooperativas, que tinham como objetivo a criação de uma nova reforma agrária em Portugal, cunha...

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