No passado dia 13, o Ministro da Educação esteve na Escola Secundária Tomás Cabreira (ESTC), em Faro.
É estranho que para aparecer numa escola o Ministro da Educação tenha que esconder essa informação dos cidadãos, sendo tornada pública apenas durante a noite do dia anterior.
De que tem medo o Ministro da Educação e quem o acompanhou nesta visita?
O Orçamento Participativo das Escolas (OPE) foi a desculpa para uma encenação teatral fingindo que na Educação em Portugal está tudo muito bem…
O OPE é um projeto que pretende fomentar a participação e a cidadania. Isso é positivo. O que não é aceitável é que se utilize este projeto para não resolver todos os problemas que as escolas têm no seu dia-a-dia.
O Ministro da Educação veio à ESTC não para dizer aos alunos e professores que todos os problemas da escola serão resolvidos mas sim para dizer que de todos os problemas que existem na escola somente um poderá ser solucionado, em função da votação dos alunos e desde que não ultrapasse a verba máxima atribuída a cada escola (1 euro por cada aluno matriculado no 3º ciclo e secundário). Neste caso, a ESTC tem um orçamento de 1200 euros.
A ESTC tem muitos problemas que demoram em ser solucionados, nomeadamente:
– finalizar as obras do auditório iniciadas há 5 anos;
– falta de material desportivo;
– falta de material de laboratório;
– falta de consumíveis para as diferentes disciplinas;
– falta de uma cobertura no espaço desportivo para evitar os dejetos dos pombos.
Existem outros problemas, também da responsabilidade do Ministério da Educação, tais como:
– falta de professores de várias disciplinas;
– falta de assistentes operacionais;
– falta de psicólogos.
Todos estes problemas não se resolvem com um Orçamento Participativo mas sim com investimento real e sério na Educação.
Apesar de todos os alertas de problemas há muito denunciados, a ESTC continua a não ter reforço de verba orçamental, tal como acontece em todas as escolas do País.
Estranha-se, ainda, que o Ministro da Educação se tenha deslocado à Secretaria da ESTC e não tenha entrado na sala dos professores…
Por tudo isto, é lamentável que o Presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, Professor, a Diretora do Agrupamento de Escolas Tomás Cabreira, Ana Paula Marques, Professora, o Presidente do Conselho Geral deste Agrupamento, Carlos Gordinho, Professor, o Delegado Regional de Educação do Algarve, Alexandre Lima, Professor, a Chefe da Equipa Multidisciplinar da DGEstE Algarve, Ilda Silva, Professora, estejam tão honrados com a presença do Ministro da Educação nesta farsa quando todos os problemas desta Escola, e de todas as outras do País, estejam por resolver.
Ana Simões
Coordenadora Distrital de Faro do SPZS e Coordenadora Nacional da Educação Especial da FENPROF