Denunciada violência extrema na Escola de Fuzileiros no Barreiro

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Durante 4 minutos e 17 segundos, um jovem militar é agredido ao estalo, murro e pontapé por um grupo de colegas. Agressão aconteceu na Escola de Fuzileiros em Vale de Zebro e o vídeo foi agora tornado público

Seis a oito homens das tropas especiais agridem um colega ao estalo, murro e pontapé, alegadamente dentro de uma camarata da Escola de Fuzileiros em Vale de Zebro, no Barreiro.

A cena de extrema violência foi filmada “antes do verão de 2010” e o vídeo chegou agora ao Expresso, como uma denúncia das situações de “bullying que acontecem nas tropas especiais portuguesas”.

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“Já chega!”, ouve-se ao fim de mais de três minutos de agressão, onde um jovem, em cuecas, se tenta defender de cerca de seis colegas que o humilham entre armários e beliches.

No ataque, vale tudo para agredir: esfregonas, cintos, listas telefónicas. Enquanto o jovem esperneia no chão para se tentar soltar dos colegas que o atacam à vez, são muitos os risos de satisfação dos que assistem à cena.

Agressões “são mais comuns do que se pensa”

Ao longo dos 4 minutos e 17 segundos deste vídeo, ouvem-se também, por vezes, vozes que dizem “quero dormir” e “parem com isso”. Contudo, a agressão continua e, segundo a fonte anónima que nos fez chegar o vídeo, terá sido prolongada “durante três meses, sempre envolvendo o mesmo indivíduo”, não se tratando de uma mera praxe. Os envolvidos tinham idades a rondar os vinte anos e, tanto a vítima como os agressores, eram todos alunos que acabaram por ser destacados para a Base de Fuzileiros no final do curso.

A mesma fonte assegura que a agressão “estava em investigação mas ninguém tinha sido punido” até há poucos meses. Cenas de violência como esta são “mais comuns do que se pensa”, garante o informador anónimo.

Resposta da Marinha

Em comunicado enviado ao Expresso, a Marinha confirma que as agressões ocorreram em Agosto de 2010, tendo sido imediatamente detetadas pela hierarquia do Corpo de Fuzileiros. “Todos os envolvidos foram identificados como recrutas do curso de Formação de Fuzileiros.

Ao tomar conhecimento da situação, a Marinha de imediato abriu um inquérito e subsequente processo de averiguações, de que resultaram processos disciplinares e castigos militares aos agressores. Das agressões não resultaram sequelas para a vítima, que é atualmente militar do ativo na Marinha.” O Expresso apurou ainda que os agressores foram punidos com cinco dias de detenção. “Não se trata de qualquer praxe”, referiu uma fonte.

De acordo com fonte da Marinha ao Expresso, os agressores identificados no vídeo, “após terem tido conhecimento da pena que lhes foi aplicada, recorreram hierarquicamente, estando estes recursos pendentes de decisão.”

JA/Rede Expresso
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