Desemprego acima da média nacional em setembro preocupa IEFP/Algarve

ouvir notícia

O desemprego no Algarve atingiu 8,5% no terceiro trimestre deste ano, superando a média nacional, dados que estão a preocupar as autoridades, segundo a diretora regional do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), Madalena Feu.

“No terceiro trimestre do ano [2020], o Algarve mais uma vez ultrapassou a média nacional. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística de há poucos dias, estamos com uma taxa de desemprego de 8,5%, o que dá 0,7 pontos percentuais acima da média nacional”, lamentou Madalena Feu.

Aquela responsável falava durante uma reunião online da Rede INVESTALGARVE, organizada pela Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), na qual destacou a importância de reforçar competências para dar mais resiliência ao emprego na região.

- Publicidade -

Segundo a diretora regional do IEFP/Algarve, a formação profissional na região só abrangeu 500 trabalhadores, num universo de 12.454 que beneficiaram de medidas de apoio como o lay-off. 

Madalena Feu notou que 2020 “tem sido um ano de grandes travas e grandes desequilíbrios de sistemas”, que ocorreram “de forma abrupta – quase como um tsunami – pela grande crise de saúde pública” criada pela covid-19, com um impacto negativo no desemprego na região.

Como o turismo no Algarve e todas as atividades relacionadas “ocupam quase 90% da economia” regional e foram “dos setores mais atacados pelo surto pandémico”, a atividade económica acabou por “ressentir-se”.

A crise provocada pela pandemia teve “reflexos imediatos no emprego e desemprego”, pondo termo a quatro anos de “um ciclo económico de progressivo crescimento” e “uma diminuição efetiva e forte do desemprego”, disse.

Nos terceiros trimestres de 2018 e 2019, a região estava “praticamente no pleno emprego”, com taxas de desemprego próximas dos 5% e até “falta de mão-de-obra”, cenário que se inverteu “de repente, em março, quando janeiro e fevereiro estavam a ser meses absolutamente normais”, exemplificou.

“Em março, de um momento para o outro, e de forma abrupta, os serviços de emprego – que estariam a trabalhar para a saída dos desempregados para a bendita época alta em que a atividade económica mexe na região – viram de repente, em três meses – de março a maio -, aumentar em mais de 6.000 os inscritos nos centros de emprego, atingindo em maio um pico máximo de desemprego de 27.675 pessoas”, quantificou.

A diretora regional do IEFP frisou que, “em três meses”, o desemprego registou “crescimentos acima dos 200%”, trazendo “uma pressão enorme sobre os serviços” e aos seus profissionais, que têm vindo a trabalhar para dar resposta às pessoas num contexto em que os próprios tiveram a necessidade de se adaptar para prestar o serviço em condições de segurança que evitassem contágios pelo novo coronavírus.

“Entre junho e setembro conseguimos diminuir em termos absolutos 7.250 desempregados, atingindo em setembro números na ordem dos 20 mil desempregados, o que não é normal nesta época do ano, mas, tendo em conta a situação crítica que estávamos a viver, até considerámos que foi positivo”, considerou, referindo-se ao período do verão, no qual as restrições foram desagravadas e a atividade turística aumentou. 

Madalena Feu reconheceu, no entanto, que os técnicos de emprego estão “muito preocupados porque, a partir de setembro, estes números começam a dar sinais de estar a aumentar e a expectativa é a de que esta situação se vá agravar até ao fim do ano ou até ao próximo ano”, até que haja alguma retoma.

“Vai ter repercussões para o ano que vem e temos que estar preparados para isso e ter respostas para todos”, concluiu.

- Publicidade -
spot_imgspot_img

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.