Desemprego atinge níveis dramáticos

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O número de desempregados na região tem vindo a aumentar de forma expressiva e dramática de trimestre em trimestre. O Algarve já é mesmo a região do país mais afetada pelo desemprego, com a taxa a atingir o nível mais elevado de sempre, ao fixar-se nos 17 por cento no primeiro trimestre de 2011. Trata-se de mais um valor histórico e nunca visto que espelha a crise de empregos que atravessa a região algarvia.

 

As histórias à porta dos cinco centros de emprego da região (Portimão, Loulé, Faro, Lagos e Vila Real de Santo António) repetem-se como uma tragédia. Pessoas de todas as idades aguardam cabisbaixas a sua vez para serem atendidas, mas são muito poucas as que têm vontade de falar e menos ainda aquelas que alimentam a esperança de encontrarem um emprego.

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Professores, psicólogos, trabalhadores da construção civil, cozinheiras e empregadas de escritório que perderam o emprego, a maioria nos últimos dois anos, exibem na face deprimida a desilusão de quem se sente “no fundo do poço”.

“Por vergonha”, dizem que não querem o nome no jornal, nem tão pouco tirar uma fotografia. Mas explicam como a sua situação é precária e difícil, como é o caso de Manuel, 48 anos, que caiu no desemprego há sete meses. “A crise obrigou o meu patrão a abdicar dos meus serviços”, lamenta, consciente de que “agora será muito complicado encontrar emprego noutra empresa, porque há uma enorme falta de trabalhos”.

A situação é “preocupante”, adianta o desempregado, frisando que “existem muitas empresas que não aguentam esta crise e, portanto, deverá ainda haver mais reduções do número dos postos de trabalho”.

Na casa dos trinta anos, Sara Silva é outra das pessoas que esperam na fila do centro de emprego de Portimão. “Isto está muito mal. Não há empregos e os despedimentos continuam a acontecer todos os dias, piorando ainda mais a nossa situação”, desabafa ao JA, confessando que “está a atravessar um período de muitos sacrifícios para aguentar o barco”…

(Toda a reportagem na edição em papel do Jornal do Algarve – dia 26 de maio)

Nuno Couto/Jornal do Algarve
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