Dez pedidos para o tal sapatinho

Sabemos que hoje já não há sapatinhos e que o Natal está reduzido a um pré-carnaval com bicharada exótica. Os presépios são poucos, os pastores são já tão raros como os marcianos, nos largos encomendados pelos municípios à Tailândia, Coreia do Sul ou à China, sabe-se lá aonde, porquanto o Pólo Sul surge com esquimós misturados com ursos polares muito embora não se recorra aos pinguins para enfeitar as praças até porque os pinguins ainda não se parecem com anjos. Aliás, os próprios anjos desapareceram, lá isso é verdade. É tão verdade como os municípios não serem fortes em distinguir Pólo Norte de Polo Sul e muito menos o Natal do Carnaval, o Pai Natal de um palhaço com nariz vermelho, e o Carnaval de um desfile de praia com anjinhos crescidos quanto mais nus melhor. É pena tal ignorância fartamente orçamentada, ainda que esta ignorância seja iluminada por milhares e milhares de luzes em contraste com a escuridão de algumas cabeças. Se a escuridão tivesse peso, as renas necessárias para a puxar levariam os municípios todos à insolvência. E com tudo isto o Menino Jesus foi desterrado da poesia, os três Reis Magos foram despedidos sem justa causa da nossa pobre cultura, e o Natal passou a ser Christmas para gáudio de dois ou três britânicos não infetados. A quadra natalícia é apenas questão de logística dos hipermercados e o sapatinho é um jogo virtual. Estamos feitos.


Então fazer pedidos de prendas no sapatinho, tornou-se assim um exercício estranho e inútil. E fazer dez pedidos além de inútil, é fastidioso. No entanto, se houvesse Natal, aqui se registam dez pedidos que nóe muito agradeceríamos que fossem contemplados para descerem da chaminé – 1) Hospital Central; 2) Ligação marítima Vila Real/Tavira/Olhão/Faro/Quarteira/Albufeira/Armação/Lagoa/Portimão/Lagos/Aljezur; 3) Ligação aérea entre Eleitos e Eleitores; 4) Alto Nível e Alta Voz dos Representantes Algarvios em S. Bento; 5) Despedimento do Provincianismos das Câmaras Municipais e das Juntas de Freguesia; 6) Nada de Confusões entre Arte e Brincadeira, tal como entre Artistas e Brincalhões; 7) Nem um cêntimos de subsídios para plágios, cópias e roubos de ideias alheias; 8) Quem seja pavão na política, na escola, na estrada e no salão de festas, obriga-los a tocar pífaro; 9) Cartilha Maternal de João de Deus a quem falsear competências dentro dos partidos para se entalar como candidato ao AEIOU; 10) Uma bilha de gás a quem chegar em tempo de vida a Ayamonte por caminho de ferro eletrificado.

Flagrante garantia: De apoio desinteressado a Luísa Travassos neste seu desafio de pegar no leme do Times Algarvio, vulgarmente conhecido por Jornal do Algarve.

Carlos Albino

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