O ministro turco da Energia, Taner Yildiz, afirmou esta sexta-feira que o número de mortos na mina de Soma, onde ocorreu uma explosão há quatro dias, não deverá ultrapassar os 302, sendo a maior tragédia mineira na história do país.
“No máximo deverão continuar no interior da mina 18 pessoas, devendo registar-se 302 mortos”, disse Taner Yildiz, citado pelo jornal turco “Today’s Zaman.”
Entretanto, EUA, França, Alemanha, Israel, Grécia, Polónia, China, Paquistão e Irão já ofereceram ajuda para a operação de resgate, mas o Governo turco garante que não será necessário auxílio.
O porta-voz do partido AK do Governo, Huseyin Çelik, reiterou que a mina de carvão foi alvo de 11 inspeções desde 2009″, em linha com a declaração do ministro turco da Segurança Social e do Trabalho, que assegurou que a última vistoria ocorreu no passado dia 17 de março.
Falhas de segurança
No entanto, o Governo continua a ser acusado de negligência por parte de associações do sector, com o bastonário da Ordem dos Engenheiros na Turquia a garantir que o país não cumpre as normas de segurança no sector a nível da Organização Internacional do Trabalho (OIT) .
Quatro sindicatos de mineiros decretaram greve, numa ação de solidariedade para com as vítimas do acidente em Soma, enquanto se multiplicam as manifestações pelo país contra o Executivo de Recep Tayyip Erdogan.
Na quinta-feira, o Presidente turco Abdullah Gül visitou 10 trabalhadores que ficaram feridos durante a explosão da mina e que continuam internados. À saída do hospital Akhisar State, o governante teve de ser protegido por um forte contigente policial.
Cerca de meia hora depois Abdullah Gül visitou a mina de Soma, enfrentando uma multidão enfurecida, sobretudo, com familiares das vítimas, que asseguram que algumas autoridades já tinham alertado para a falta de segurança no local.
Os casos de acidentes em minas são frequentes na Turquia, onde não são respeitadas as medidas de segurança. O país está em terceiro lugar na lista da sinistralidade laboral na Europa.
RE
