Diretor do FMI perde tudo numa semana

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Em apenas uma semana, Dominique Strauss-Khan, perdeu tudo: primeiro por andar num Porsche em Paris, depois por usar fatos caríssimos e, por fim, por uma alegada agressão sexual. O líder do FMI nega as acusações e conta com o apoio da mulher. ~

 

Desde há muito tempo que se dizia, em Paris, que DSK tinha dois pontos fracos: o seu gosto pelo sexo e pelo luxo.

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Segundo relatos da imprensa, Nicolas Sarkozy teria dito, há poucos dias, que ele, chamado o “Presidente dos ricos”, “não era nada ao lado de Strauss-Khan”.

As suas equipas para a campanha das presidenciais do próximo ano, já tinham aliás preparada uma estratégia para o combater: verter regulamente para a imprensa revelações sobre os gostos luxuosos do socialista e diretor-geral do FMI.

Um Porsche

Foram próximos de Sarkozy que, há poucos dias, estiveram na origem da publicação, em França, de uma foto que fez furor: nela se via Strauss-Khan a entrar para um fabuloso Porsche quando esteve em Paris para, discretamente, preparar com os seus camaradas socialistas o anúncio da sua candidatura à presidência francesa.

O Porsche não era dele, era de um amigo, mas a revelação provocou escândalo e grande mal-estar no PS. A foto provava que o favorito das sondagens para o Eliseu tinha gostos de luxo.

Um Porsche não é propriamente um carro que um candidato às presidenciais deva usar em tempos de crise e quando o FMI começa a ser responsabilizado pela agudização da crise na Grécia. Simultameamente, foram publicadas revelações sobre o seu património imobiliário em Paris, em Marrocos e nos Estados Unidos.

Um fato

Logo a seguir, um jornal revelou que os fatos de Strauss-Khan serão, alegadamente, confecionados “à medida” numa alfaiataria norte-americana, uma das mais caras do mundo.

O jornal (“France-Soir”, entretanto ameaçado de um processo por Strauss-Khan) revelava que cada um dos seus fatos custava entre 7 mil e 35 mil dólares.

Uma empregada de hotel

Agora, rebentou o atual escândalo do “perverso sexual”, como já o chamaram.

Em Paris, DSK é, regularmente e desde há vários anos, um dos alvos preferidos dos humoristas por, alegadamente, ser um incurável “don Juan”. “Ele tenta entrar em todas”, disse um humorista.

“Strauss-Khan tem um problema na relação com as mulheres, tocando frequentemente o assédio”, escreveu pelo seu lado, há tempos, Jean Quatremer, jornalista do jornal Libération.

“Ele tem uma patologia, toda a gente sabe que ele tem um problema com as mulheres e o sexo, e agora vão saber-se mais coisas”, disse Marine le Pen, líder da extrema-direita francesa, depois de ter sido divulgada a sua prisão, a noite passada, em Nova Iorque, por tentativa de violação.

Vários desmentidos

Advogados e próximos do diretor-geral do FMI desmentem tudo e falam em armadilhas e cabalas, designadamente sobre os casos do Porsche e dos fatos.

Mas, na sede do PS francês, onde se contava com ele para ganhar as presidenciais do próximo ano, o clima era hoje horroroso.

Martine Aubry, a chefe do partido, falou a partir da sua Câmara, em Lille, numa “trovoada” com ar de quem vivia uma tragédia. Um dos seus amigos socialistas declarou: “esperemos para ver, pois o que é revelado não tem nada a ver com o DSK que conhecemos”.

Nos Estados Unidos, a mulher de Strauss-Khan, a ex-jornalista francesa, Anne Sinclair, disse não duvidar que “a inocência” do seu marido iria “ser provada”. Alguns falavam, em Paris, numa armadilha que teria sido montada na noite passada, em Nova Iorque, contra ele…

Mas todos, amigos e adversários, achavam esta tarde que, verdade ou não, este escândalo com a justiça americana já o afastou definitivamente da corrida às presidenciais. “Mesmo que seja declarado inocente, a investigação vai durar meses e os socialistas não podem apresentar um candidato nestas condições”, declarou um analista.

JA/Rede Expresso
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