Diretora do FMI investigada pela justiça francesa

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O Tribunal especial da República Francesa agravou hoje as suspeitas contra a diretora do FMI. Christine Lagarde arrisca uma condenação a 10 anos de prisão e €150 mil de multa por “cumplicidade” em desvios de bens públicos e falsificações.

A ex-ministra francesa da Economia e Finanças era, até agora, apenas suspeita de “abuso de autoridade” na gestão do conflito que opunha desde há vários anos o empresário ex-socialista, Bernard Tapie, ao banco Crédit Lyonnais, a propósito da venda da empresa Adidas, em 1993.

Mas, esta tarde, a procuradoria esclareceu que as investigações contra a atual diretora do FMI vão ser efetuadas por motivos bem mais graves – por “cumplicidade de desvios de bens públicos e de falsificações”, segundo as palavras da procuradora Cécile Petit.

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Christine Lagarde vai ser inquirida pelo Tribunal de Justiça da Republica (um órgão judicial de exceção, especial para julgar governantes, composto pode 12 parlamentares e três juízes) por ter abandonado a via judicial normal optando por uma comissão arbitral privada para resolver o diferendo entre Tapie e o banco.

400 milhões pagos pelo Estado

Criticada ainda por não ter recorrido da decisão da comissão arbitral, que atribuiu a Tapie 400 milhões de euros (incluindo juros), pagos pelo Estado francês, a diretora do FMI pode ser condenada a 10 anos de prisão e E150 mil de multa. Além disso, é ainda acusada de ter agravado a sua situação por, alegadamente, ter tido conhecimento de que alguns dos membros da comissão arbitral eram próximos de Tapie.

Este processo contra Lagarde teve início na primavera passada quando deputados socialistas apresentaram queixa contra ela. Alguns socialistas insinuaram, na altura, que Tapie teve um tratamento de favor por ter apoiado Nicolas Sarkozy nas últimas eleições presidenciais.

FMI manifesta confiança

As investigações do Tribunal da Republica, neste género de casos, muito raros em França, duram geralmente vários anos.

Apesar de a terem denunciado, os socialistas acham que este processo não é incompatível com as funções de Lagarde à frente do FMI, onde substituiu recentemente Dominique Strauss-Khan, ex-dirigente do PS francês.

O FMI também manifestou esta tarde confiança em Lagarde, cujo advogado refutou todas as acusações contra ela.

JA/Rede Expresso
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