A Associação da Pessoa com Esclerose Múltipla do Barlavento (APEMB) tem recebido nos últimos dias “muitas queixas” de associados preocupados com o serviço de neurologia da unidade hospitalar de Portimão.
Na semana passada, a associação enviou uma carta aberta à administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) para esclarecer a situação, que dizem ser de “grande gravidade”.
A “degradação do serviço de neurologia” que a APEMB refere está relacionada com a saída de vários profissionais de saúde, nomeadamente uma médica (Edmeia Monteiro), que acompanhava os doentes de esclerose múltipla, e não só, há mais de dez anos.
“Sendo a esclerose múltipla uma doença altamente incapacitante e em que o apoio de uma equipa multidisciplinar é essencial para o sucesso do tratamento, verificamos que no CHBA esta equipa multidisciplinar tem vindo a ficar cada vez mais desfalcada de técnicos, com inerente prejuízo para doentes e familiares”, denuncia a associação.
Segundo a APEMB, até ao final de 2013 “e já com bastantes carências”, os portadores de esclerose múltipla do Algarve tinham duas unidades hospitalares às quais podiam recorrer (Portimão e Faro).
“Agora, resta apenas Faro, o que para um doente que se desloque de Aljezur, Sagres, Vila do Bispo, etc., o obriga a percorrer uma maior distância com todos os problemas daí inerentes (custos mais elevados, maiores problemas devido à incapacidade visto que o mesmo terá que ser acompanhado por um familiar ou amigo, em caso de surto, maior distância do doente ao agregado familiar, visto que os internamentos só são feitos em Faro)”, referem os responsáveis.
“Sabemos perfeitamente que não podemos ter um hospital com todas as valências em todas as cidades do país. Mas quando as mesmas estão implantadas e acabam com elas por motivos económicos, isso é que não podemos aceitar. Extinguir os serviços não é a opção correta, muito menos no campo da saúde”, conclui a associação.
NC/JA