Duelo ibérico: Espanha é melhor mas Portugal está a melhorar

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A Seleção tem razões para estar confiante

Os confrontos entre Espanha e Portugal andam com uma toada de ataque e contra-ataque: em 2003, o 0-3 num particular em Guimarães foi vingado com 1-0 na fase de grupos do Euro-2004; em 2010, o 0-1 nos ‘oitavos’ do Mundial foi devolvido seis meses depois com um 4-0 na Luz. Como será quarta-feira?

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Não havia muito por onde escolher: entre Espanha e França, venha o Diabo e escolha. Pelo menos olhando para o histórico, onde os portugueses são ‘anjinhos’ que começaram a perder e quando tentam subtrair a diferença acabam por somar derrotas. São ou… eram – a história tem vindo a mudar. Calhou em sorte a Roja nas meias-finais (quarta-feira, 19h45, SIC e SportTV1). Ok, eles até se podem multiplicar em campo, mas dividindo bem as contas a Seleção tem razões para estar confiante. Ao quadrado: a última vez que os espanhóis perderam na fase final de um Europeu foi com… Portugal, em 2004.

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Ganhas tu, ganho eu

Olhando apenas para os encontros oficiais, a Espanha ganhou quatro das sete partidas mas passa o exame pelas contas que fez nos anos em que ainda nem sequer havia essa coisa (na altura esquisita) das substituições – em 1934, na qualificação para o Mundial, Portugal perdeu fora (logo por 0-9, a maior goleada de sempre…) e em casa (1-2); em 1950, no apuramento para a mesma prova, nova derrota pesada como visitante (1-5) e empate como visitado (2-2). Mas o melhor estava para vir.

Na fase de grupos do Europeu de 1984, a Seleção até começou a vencer com um golo de Sousa em Marselha (52′) mas Santillana (73′) acabou por carimbar o empate; já em 2004, não houve recuperações para ninguém – Nuno Gomes decidiu o encontro na segunda parte, através de um fantástico remate de fora da área, e enviou a Espanha de Iñaki Sáez para casa. O último jogo disputado funcionou como vingança da Roja: nos oitavos-de-final do Mundial de 2010, na Cidade do Cabo (África do Sul), um golo de David Villa (que partiu numa posição ligeiramente adiantada) acabou por ditar um triunfo justo.

À velocidade de um DeLorean

Juntando partidas oficiais com jogos particulares, os espanhóis continuam por cima. Em 35 encontros ganharam quase metade (17), empataram 12 e perderam apenas em seis ocasiões. Mas voltemos novamente ao histórico recente – se programarmos a máquina do tempo para os últimos 50 anos, os números mudam à velocidade de um DeLorean: seis igualdades, quatro triunfos nacionais e somente dois desaires.

Há resultados para todos os gostos, de todas as maneiras e para todos os feitios. Por exemplo, o triunfo espanhol por 3-0 em Guimarães (2003) que muitos ainda hoje dizem ter sido “a melhor coisa que aconteceu a Luiz Felipe Scolari”: foi nesse momento que o ex-selecionador percebeu que a rivalidade ibérica não ficava atrás de um Brasil-Argentina, formou o ‘seu’ grupo para o Euro e corrigiu esse tropeção no jogo a sério do Euro. E, claro, a última partida entre ambos os conjuntos, onde Portugal cilindrou a Espanha campeã europeia e mundial na Luz, por 4-0, na melhor exibição da era Paulo Bento. Os golos de Postiga (dois), Carlos Martins e Hugo Almeida ainda hoje são recordados.

Pedro Candeias (Rede Expresso)

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