É preciso parar, porque Quarteira não pode perder a sua matriz de excelência

Quarteira sempre linda e sempre bela, vive um tempo de dúvidas, confrontada com a ideia, que se possam derrubar o que custou tanto a erguer, em nome da história, das praias de areias douradas, do prestígio renovado e continuado e do papel de excelência que a Praia de Quarteira hoje ocupa no panorama nacional e internacional.

A beleza ao cair do sol, na bela praia de Quarteira


A verdade, é que em contra mão, com a luta travada então pelos Quarteirenses, para que a Vila, hoje digna e notável cidade, assumisse o papel de vanguarda num turismo de excelência, com uma notável qualidade de vida, foi uma luta constante, por vezes desigual desde o dizimar das barracas, da constante salvação de muitas famílias e ainda há meses, como bandeira deste impressionante trabalho, Dino Santiago, este extraordinário valor acrescentado ao nosso panorama musical e como um ser humano impressionante, com outros companheiros de jornada, integrados num grupo…«Sou Quarteira», levaram acabo um imenso trabalho, sempre com um maior caudal de pessoas, porque como ele defende, «Este é um processo educativo que demora tempo. Diversificar as experiências de Quarteira. Dinamizar as instituições locais, dar-lhes as ferramentas para realizarem os seus sonhos é o mais difícil, mas estamos a começar […]»
E na orientação de todas estas vozes, que sentimos, que Quarteira não pode regressar ao passado, e é preciso assumir esta ideia força com toda a frontalidade.
No entanto, o pior é que nem as oposições, algumas delas mais talhadas para recuperarem entre as pedras da calçada a sua memória e a sua história, diga-se de um louvável trabalho, que não podem ofuscar Quarteira, parecem estar no outro lado do tempo.
Exige-se cada vez mais para Quarteira, pelas suas enormes potencialidades, e pelo incrível esforço, que o município de Loulé tem vindo a fazer, diga-se, inclusive, com a criação de um espaço para a chamada feirinha, que esta vontade e esta qualidade não se perca, para que num repente tudo regressa ao ponto de partida.
Diz a junta de freguesia, que não tem fiscalização para cumprir os regulamentos, todavia, não se pode abandonar o cadáver a apodrecer. É preciso fazer alguma coisa, porque em todas as coisas até no ciclo da fiscalização, assalta-nos à memória o livro Governo Civil de Faro, 175 anos de História, e do qual somos autores, e que em certa altura da história, estando na governação da Província, José Maria de Vilhena Pereira de Lacerda, Moço Fidalgo, que governou o Algarve, entre Julho de 1835 e Setembro de 1836, quando da entrega de umas armas para a Guarda Nacional, sediada em Loulé, escreve uma carta ao Presidente da Câmara e aos Vereadores, solicitando que as armas fossem entregues aos homens de maior confiança. Estávamos então em 24 de Setembro de 1836.
Se calhar é isso, que se precisa, que sejam as pessoas de mais confiança, que fiscalizem, porque tal como ontem o homem tem comportamentos que ninguém entende.

Traineira de Quarteira ancorada. Desenho de Dora, 9A, 4.º ano, do livro Quarteira vista por nós (1998)


Mas Quarteira sempre esteve nos píncaros da lua pelo melhor sentido, como se pode ler, num trabalho notável, que infelizmente só teve o chamado palco da escola, com o título Quarteira Visto por Nós, um trabalho coordenado pela Profª. Alierta Pereira, que teve como autores: Profª. Alierta Pereira, Prof. Flávio Capote e o Prof. Dinarte Coelho, onde numa perspectiva histórica são publicados desenhos de alunos de duas turmas do 4.º ano, da Escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico, n.1 de Quarteira, editado em 1998 (faz agora vinte e quatro anos), e que no parágrafo final da introdução se pode ler: […] De regresso Quarteira visitámos o «Estaleiro Naval», onde tivemos a oportunidade de observar alguns barcos em construção e em reparação.
Nesta sequência, e visto que fica na mesma zona, observámos as obras em curso do futuro Porto de Abrigo, obra importante para a Vila de Quarteira não só a nível comercial, mas também turístico, constituindo assim um futuro ex-libris em Quarteira.
Já na parte final da visita, fomos privilegiados pelas excelentes praias que a magnífica «Marginal de Quarteira» oferece.
Terminámos a visita com um «olhar» sobre o «Almargem», o qual constitui um verdadeiro lugar paradisíaco atentas às suas condições naturais onde o meio ambiente é preservado e respeitado.”
São milhares e milhares os testos em todas as línguas que se escrevem na evidência constante à qualidade de excelência que tem Quarteira, e que só será possível preservar, porque deu muito trabalho para que acontecesse, se empurramos todos para o mesmo lado, para que não existam super-homens que nos desejam empurrar, para tempos que ninguém deseja lembrar.
Mas já muito antes, em Maio de 1933, faz agora 89 anos, e sobre a possibilidade da Volta a Portugal vir a Loulé, o jornal O Louletano, escrevia: “[…] que por possuirmos excelentes lugares onde podemos albergar a caravana da volta, não apenas em Loulé, mas na extraordinária Praia de Quarteira […]”

Parece uma avenida, mas são homens e barcos, a pescar ao largo de Quarteira

Quarteira é um lugar de qualidade excelência…
E tudo isso, vem a propósito de uma carta, enviada ao Município de Loulé e que nos chegou às mãos e da qual destacamos alguns parágrafos:
“Na Reunião Pública da CML, de 9 de Maio de 2022, a representante de diversos condomínios e alguns proprietários de imóveis localizados nos edifícios Girassol, Nascer do Sol, Espadarte, Perola Mar e outros nas proximidades destes, em representação de centenas de proprietários, tiveram oportunidade de transmitir a V. Excelência e aos vereadores presentes naquela reunião o inferno que têm vivido desde o verão de 2021 e que tudo indica que, se nada for feito pela Câmara Municipal de Loulé, se repetirá em 2022 pois neste momento já existem esplanadas a emitirem música contra todas as regras e leis em vigor e outras potenciais esplanadas em vias de estarem a ser preparadas para começar a funcionar (ver fotos e vídeos em anexo).
Antes de tomarmos a iniciativa de apresentar o problema nesta reunião de Câmara, enviamos para a CML diversos e-mails, tivemos reuniões com o Presidente da Junta de Quarteira e houve até alguns condóminos que expuseram o problema em outras reuniões públicas da Câmara sem terem obtido qualquer resposta e sem que a Câmara até ao momento tenha agido como é seu dever […]”
Porque o verão se aproxima a passos largos, é urgente que a Câmara Municipal de Loulé actue com MEDIDAS RADICAIS proibindo a emissão de ruído nas esplanadas daquela zona e não permitindo a existência de esplanadas na zona do “calçadão” que, ao ser construído, se destinava à circulação de pessoas e não para que fosse ocupado por esplanadas de comerciantes, que, desta maneira, aumentam brutalmente a área da loja que ocupam. Não entendo que a CML tenha proibido a existência de vendedores no “calçadão”, o que considero correcto, e que agora permita a existência de esplanadas como as que estão naquela zona de Quarteira […]”
Apelamos às nossas autoridades para que não permitam que esta zona de Quarteira se degrade e se transforme num local onde ninguém pode viver.
É difícil e custa muito dinheiro melhorar a imagem duma cidade ou região mas é muito fácil prejudicar essa imagem e não é isso que queremos para Quarteira como é evidente.
Localizada entre Vilamoura e Vale do Lobo, Quarteira era considerada uma zona turística menos nobre tendo vindo, nos últimos anos, a melhorar essa imagem sendo esta mais uma razão para que as autoridades ajam para evitar que seja perdido o que muito custou a construir.
Na esperança de que o nosso pedido tenha sido ouvido e de que sejam tomadas medidas IMEDIATAS para resolver este problema subscrevo-me com elevada consideração.
Felicita Pires”

Isto é gozar com quem trabalha
Hoje os elevados investimentos feitos por grandes ou pequenos empresários, a jusante e a montante de Quarteira, são a resposta mais credível, que é tempo de reflectir, pois o Município de Loulé, tem um notável grupo de profissionais e colaboradores, ligados à cultura humana, turística e patrimonial, como resulta por exemplo da inauguração breve dos Banhos Islâmicos, em Loulé, a par de outros grandiosos trabalhos que estão a ser feitos para a recuperação de tudo o que envolve e é fronteiro às suas muralhas.
Sabemos que a Câmara Municipal de Loulé, a Junta de Freguesia de Quarteira e a Assembleia Municipal de Loulé estão atentas. Todos sabemos, e pandemia não pode ser o espelho redondo e falso onde tudo escondemos, mas que todo e qualquer investimento, mesmo que seja ao nível do ganha-pão, não pode ser feito à balda, impreciso, desconexo, aventureiro, porque Quarteira e o Concelho de Loulé, ainda têm quem manda, quem manda de acordo com as leis, os regulamentos e as regras, e não podemos cair na tentação, de que isto é um território sem dono e que vale tudo.
Conhecemos dezenas e dezenas de empresários de restauração, bares e afins, que fazem os seus negócios sem atropelos, com qualidade, com enorme sacrifício e são incapazes de abandalhar Quarteira, como se fosse uma terra sem rei, nem roque. Claro que a GNR, também não pode dizer que não sabe de nada. Isto, como diria o outro, é GOZAR COM QUEM TRABALHA, COM QUEM É SÉRIO, COM QUEM SENTE, que Quarteira continua a ser um grande pulmão da economia do concelho de Loulé e a terra das praias de areias douradas…

Neto Gomes

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