O peso da economia não registada atingiu 42,7 mil milhões de euros em 2010 e deverá crescer em 2011, face ao aumento dos impostos e do desemprego.
Um estudo da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) revela que a economia paralela valia 24,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, o que equivale a um crescimento de 2,5% em relação ao ano anterior.
Em 2009, o Índice da Economia Não Registada (ENR) representava 24,2% do PIB. Desde 1970 o crescimento foi de 15,5%, quando a economia paralela valia 9,3%.
Na origem do crescimento está o maior peso dos impostos diretos e indiretos e das contribuições para a segurança social.
“A ENR como percentagem do PIB registou no primeiro trimestre de 2010 cerca de 0,68% no sector agrícola, 5,9% na indústria e 17,6% nos serviços”, refere o estudo.
ENR poderá ultrapassar os 25% do PIB
Óscar Afonso, professor da FEP e autor do estudo, disse ao “Expresso” que o peso da economia não registada poderá ultrapassar os 25% do PIB, face ao “aumento dos impostos indiretos, aumento do desemprego e aumento do consumo do Estado”, mas sublinha que tudo dependerá do comportamento de todas as variáveis.
O estudo da FEP avalia a influência da carga fiscal, da carga de regulação, da evolução do mercado de trabalho e do seu impacto em indicadores monetários.