Editores dos manuais escolares querem orientações sobre Acordo Ortográfico

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Os editores de manuais escolares aguardam ainda orientações do Governo sobre a aplicação do novo Acordo Ortográfico nas escolas e alertam que é cada vez mais apertado o prazo para o pôr em prática no ano letivo 2011/2012.

“É claro que, à medida que o tempo passa, há cada vez menos tempo e é cada vez mais apertado o prazo para poder pôr isso em prática nesse ano letivo”, disse hoje à agência Lusa o secretário geral da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), Miguel Freitas da Costa.

Os manuais, frisa, “são preparados com muita antecedência e ainda se aguarda uma decisão do Ministério da Educação”.

Para Miguel Freitas da Costa, os editores já precisariam nesta altura de saber quais as orientações para começar a preparar os livros com a nova grafia.

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“Quanto antes melhor. Se pudesse ser hoje era bom”, disse.

As editoras aguardam a qualquer momento indicações para poderem dar início a um processo moroso, que deverá iniciar-se “o mais rapidamente possível”, defendeu.

Os editores preferem que o Acordo Ortográfico seja aplicado de forma faseada, em três anos letivos, podendo começar pelo 1.º Ciclo, e acreditam que o Ministério da Educação possa optar por esta solução.

“Penso que pode ser essa a ordem, mas de qualquer maneira que não sejam todos de uma vez”, o que seria “mais complicado”, afirmou.

“Pensamos que é uma ideia que não é mal acolhida pelo Ministério da Educação, que provavelmente optará por uma solução desse género, mas ainda não sabemos de nada”, acrescentou.

Miguel Freitas da Costa sublinhou que a aplicação do Acordo Ortográfico implica aparentemente apenas mudanças na grafia, mas os livros têm de ser revistos, “têm de ser preparados”, o que implica “um certo trabalho” de adaptação.

“Pode haver alterações até de paginação ou outras por causa da diferente grafia das palavras. Não é uma coisa instantânea”, exemplificou.

“Os próprios livros que são preparados com antecedência têm de começar a entrar no processo de produção já na forma definitiva e para isso convém ter um prazo razoável para os poder preparar”, indicou.

O Governo ainda não aprovou o vocabulário que será a norma do português europeu com o novo Acordo Ortográfico e a APEL não tem neste momento marcada qualquer reunião com o Ministério da Educação para acertar os pormenores necessários, nomeadamente os prazos para desenvolver o trabalho que lhe compete: colocar no mercado os livros escolares ao abrigo das novas regras.

“Os editores aguardam uma comunicação do Ministério da Educação nesse sentido”, desejando recebê-la o mais depressa possível porque tornaria o trabalho “mais fácil”, declarou.

A ministra da Educação, Isabel Alçada, remeteu em fevereiro para o ano letivo 2011/2012 a aplicação do novo acordo nas escolas.

“O ministério está, no quadro dos vários ministérios, a definir quando é que o Acordo entra para os vários domínios e para o livro escolar terá de ser com o tempo necessário, para que o trabalho se possa fazer por forma a que não haja avanços e recuos, para que não haja desperdício”, garantiu na altura a ministra.

AH

Lusa/JA

+++ Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico +++

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