EDITORIAL

Um algarvio na futura pasta das Finanças

Depois da queda na Assembleia da República da maioria PSD-CDS, que venceu as últimas legislativas, pelo voto maioritário dos partidos de esquerda, o presidente da República, Cavaco Silva, acaba de indigitar António Costa, líder do PS para formar governo, na base da existência de um acordo de incidência parlamentar que une os socialistas ao Bloco de Esquerda, PCP e PEV.

Após semanas de alguma indefinição, que geraram instabilidade e muita crispação política, o país vai experimentar uma solução de governo, inédita, que promete acabar com a austeridade e repor os rendimentos aos trabalhadores e pensionistas, em especial aos funcionários públicos e aos mais carecidos. Não deixaremos de estar atentos à aplicação das medidas anunciadas.

De facto, pela primeira vez em 40 nos de democracia, vai governar um partido que não venceu as eleições, mas que conseguiu reunir, no entanto, uma maioria parlamentar, pelo que, sendo inédita, esta solução é constitucional. E é inédita, também, porque pela primeira vez depois do 25 de Abril de 1974, o PS consegue um entendimento com os partidos à sua esquerda.

De entre os nomes que vão sendo conhecidos para integrarem o futuro governo de António Costa, queremos destacar o de Mário Centeno, 48 anos de idade, apontado para a pasta das Finanças, autor do programa económico do PS, que é natural de Vila Real de Santo António, onde estudou e residiu até aos 15 anos, facto que muito nos orgulha enquanto jornal fundado e sediado, desde sempre, na mesma terra.

Mário Centeno compensa a falta de experiência política, com um rico e vasto currículo profissional.

Doutorado em Economia pela Harvard University em 2000, na área da Economia do Trabalho, desempenhava, até há pouco, funções como director-adjunto no Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal e de professor de Economia na Universidade Nova.

Pelo trabalho desenvolvido no âmbito da sua dissertação de doutoramento a European Economics Association atribuiu-lhe em 2001 o seu prémio anual aos melhores jovens economistas europeus, o Young Economist Award, e em 2006 recebeu o Prémio da União Latina para investigação científica.

Mário Centeno tem trabalhos publicados em revistas científicas internacionais nas áreas da Economia do Trabalho, Finanças e Matemática, tais como o Journal of Human Resources, European Economic Review, Labour Economics, Empirical Economics, Economica, Economics Letters, Journal of International Money and Finance, Journal of Labor Research, Revista Brasileira de Economia e Computers and Operations Research.

Presentemente, a sua investigação concentra-se na área da Economia do Trabalho e da Microeconometria Aplicada.

Para já desejamos-lhe boa sorte e as melhores felicidades neste novo e difícil cargo, na certeza de que o seu sucesso será, também, o de todos os portugueses.

Fernando Reis

 

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