Quarenta e cinco anos decorridos da madrugada libertadora do 25 de Abril, que nos acordou da longa noite fascista e abriu as portas da democracia, em que o Movimento das Forças Armadas e o povo, foram os grandes protagonistas, é preciso mantermos viva a chama da liberdade.
Hoje, vivemos numa democracia perfeitamente consolidada e somos cidadãos livres e donos dos mais elementares direitos de cidadania. Vivemos num país que escolheu pertencer à Comunidade Europeia. Mais rico, mais justo e mais fraterno, por mais que os saudosistas do passado tentem insinuar, de quando em vez, o contrário e por muito que ainda tenhamos que conquistar em termos de combate às desigualdades sociais e de maior justiça social.
Muitos foram os obstáculos que tivemos que vencer ao longos destas quatro décadas e meia de construção democrática e muitos outros ainda existem pelo caminho. De um certo idealismo revolucionário à violência reacionária, das crises económicas à corrupção, o percurso tem sido bastante acidentado. Mas neste caminho que continuamos a trilhar, podemos olhar para trás e dizer, com a alegria e satisfação, que podemos falar livremente, sem um bufo em cada esquina, atrás da porta ou ao nosso lado e que podemos escolher livremente, através do voto, os nossos eleitos.
São estes valores básicos, mas que fazem toda a diferença, que importa preservar e transmitir às gerações mais jovens. Sobretudo num tempo em que certas forças, através de um certo populismo e das chamadas “fake news”, começam a agitar velhos fantasmas e a propagandear ideias e valores que julgávamos completamente banidos, como os do nazi-fascismo.
É por esta razão que somos defensores acérrimos da comemoração do 25 de Abril com toda a pompa e circunstância que a data merece, como também defendemos a comemoração do 5 de Outubro e de todas as datas que, pelo seu significado histórico, tenham contribuído para a grandeza e independência desta nossa ditosa pátria, que deu novos mundos ao mundo.
Viva o 25 de Abril, sempre!
Fernando Reis