O Jornal do Algarve comemora no próximo dia 30 de março 63 anos, num momento inédito das nossas vidas, que ninguém esperava nem imaginava. Portugal e o mundo sob a ameaça de uma pandemia, batizada com o nome de COVID-19, que está a provocar dezenas de milhar de vítimas em todo o mundo e para o qual o único remédio existente é um rigoroso conjunto de medidas preventivas que passa, entre outros aspetos, por uma permanência em casa, distanciamento social e uma cuidadosa higiene individual, em particular a frequente lavagem das mãos.
Esta é a maior pandemia desde a pneumónica ou gripe espanhola de 1918. Uma doença para a qual os cientistas não têm uma resposta imediata, apesar dos extraordinários avanços da ciência e, em particular, da medicina, neste século. O facto é que ainda não existe um medicamento apropriado e eficaz e uma vacina não estará disponível antes de um ano, ano e meio, apesar de cientistas de vários países estarem a trabalhar incessantemente na sua criação.
Para além das consequências sanitárias, do medo de contrair o vírus, a pandemia está a ter um impacto negativo imediato na economia, cujas consequências se irão agravar e prolongar, muito para além do dia em que conseguirmos – e vamos conseguir – parar este flagelo,
O Jornal do Algarve, como muitos outros órgãos de comunicação social e pequenas e médias empresas, está a sentir já as consequências da pandemia na forma como está a funcionar – em teletrabalho, a partir de casa – nas dificuldades que tem que superar para conseguir manter a distribuir a edição impressa, que continuará a chegar a casa dos assinantes e numa previsível redução da receita, particularmente da publicidade. Se não nos falhar a receita proveniente das assinaturas, cuja cobrança está em curso – apelamos, desde já, à compreensão dos que ainda não fizeram esse pagamento, para que o façam nos próximos dias – conseguiremos, certamente, resistir melhor a esta tragédia que estamos a viver. Não queremos deixar de sublinhar, neste contexto, o contributo positivo de algumas medidas entretanto anunciadas pelo governo e pela banca, na luta pela sobrevivência das empresas e famílias.
José Barão, fundador do Jornal do Algarve, fez um apelo, quando se estava a despedir da vida, aos seus colaboradores para que não deixassem morrer o Jornal do Algarve, pedido que, pela nossa parte, desde 1983 quando assumimos a direção do jornal, fizemos questão de respeitar e que hoje, mesmo enfrentando o maior desafio das nossas vidas, não declinaremos.
Oxalá continuemos a ter o apoio necessário por parte das entidades públicas e privadas que sempre viram no Jornal do Algarve o semanário de referência da Região e o espaço ideal para as suas mensagens informativas e publicitárias. Sobretudo quando prestamos um serviço público de grande alcance, não apenas ao nível da divulgação das medidas preventivas sobre o COVID-19, como também no combate às notícias falsas, que gente sem escrúpulos faz circular nas redes sociais.
Fernando Reis