Embaixadas de Cuba e EUA reabrem mas embargo económico persiste

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Bruno Rodriguez, ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, preside esta segunda-feira à cerimónia do hastear da bandeira na mansão que volta a albergar a Embaixada cubana em Washington, 54 anos depois dos dois países terem rompido relações diplomáticas.

A reabertura da Embaixada cubana ocorreu às 00h locais (5h em Portugal continental), ao mesmo tempo que ocorreu também a reabertura da Embaixada norte-americana em Havana. Mas bandeira americana só subirá ao mastro em agosto, quando ocorrer a visita ao local do secretário de Estado John Kerry.

A abertura da Embaixada em Washington é seguida por uma reunião de Kerry e Rodrigues, que é o primeiro ministro dos Negócios Estrangeiros cubano a efetuar uma visita oficial aos Estados Unidos após a revolução cubana de 1959.

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A reunião decorre no Departamento de Estado, já com a bandeira cubana hasteada à entrada do edifício, juntamente com as dos restantes países com os quais os EUA se relacionam. Após a reunião, haverá uma conferência de imprensa conjunta.

Deputados anti-Castro fora das cerimónias

Mais de 500 pessoas foram convidadas para as cerimónias em Washington, entre os quais membros do congresso norte-americano. Fora da lista ficaram os deputados defensores das medidas anti-Castro.

Entre os fortes opositores encontra-se o senador Marco Rubio, filho de imigrantes cubanos e candidato às primárias no Partido Republicano. “Este reconhecimento de algum modo envia a mensagem aos dissidentes (cubanos) em todo o mundo que os Estados Unidos aceitam a forma atual do regime cubano como legitimo”, afirmou em tom crítico à CNN.

A reabertura das embaixadas resulta de um processo negocial levado a cabo nos últimos dois anos e surge como mais um passo para a normalização das relações entre ambos os países.

Por enquanto, o embargo norte-americano a Cuba persiste. O seu levantamento terá de ser aprovado no Congresso norte-americano.

Entre as medidas que os Estados Unidos pretendem ver implementadas por Cuba, encontra-se o repatriamento de fugitivos que atualmente vivem no território. Outras medidas sensíveis são as compensações económicas reivindicadas pelos norte-americanos que perderam as propriedades que tinham em Cuba em 1959.

Por seu turno, Cuba quer os Estados Unidos terminem as “transmissões de rádio e televisão ilegais”, eliminem programas para promover a “subversão e a desestabilização internas”, compensem o país “pelos danos humanos e económicos” que as políticas norte-americanas causaram e devolvam o território “ilegalmente ocupado” da base naval de Guantánamo.

“Podemos cooperar e coexistir civilizadamente, em benefício mútuo, acima das diferenças que temos e teremos, e com isso contribuir para a paz, a segurança, a estabilidade, o desenvolvimento e a equidade no nosso continente e no mundo”, afirmou o Presidente Raul Castro, num discurso na Assembleia Nacional de Cuba.

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