Empresários querem mais bombas de emergência na greve dos motoristas

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A greve prevista para o próximo dia 12 de agosto ameaça “parar” novamente o Algarve. A região vai contar apenas com mais dois postos de abastecimento de emergência em relação à greve de abril, o que é “claramente insuficiente”, reclamam os empresários algarvios

Os 22 postos de emergência previstos para a próxima greve dos motoristas – apenas mais dois do que na paralisação do passado mês de abril – são “certamente insuficientes” para o Algarve.

A greve tem início previsto para 12 de agosto e será o Governo a definir os serviços mínimos, depois dos motoristas e patrões não terem chegado a acordo.

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No entanto, a lista de 22 postos de abastecimento previstos para a região algarvia não satisfaz os empresários algarvios, que apelam ao Governo para que tenha em conta a especificidade da região e reforce a rede de postos de abastecimento.

“É uma evidência: os 22 postos de abastecimento anunciados para o Algarve são certamente insuficientes. As medidas jáperspetivadas pelas entidades oficiais para controlar e minimizar as consequências da greve, com o justo objetivo de garantir os serviços essenciais em setores sensíveis – aeroportos, hospitais, serviços de emergência, etc. –, são, sem dúvida, indispensáveis e indiscutíveis. Mas outras medidas anunciadas parecem ignorar realidades especificas como o Algarve”, salienta Vítor Neto, presidente do NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve, frisando que tem atuado no sentido de sensibilizar os responsáveis institucionais para a situação, mas continua “preocupado”.

“Levantam sérias dúvidas desde logo as listas da Rede Estratégica de Postos de Abastecimento, que define 48 postos no distrito de Lisboa, 41 no do Porto, 28 no de Setúbal e 23 nos distritos de Aveiro e de Leiria. No Algarve são apenas 22. Os empresários do Algarve não entendem”, refere Vítor Neto, sublinhando queo Governo parece não se ter tido em conta “a especificidade da complexa realidade económica da região e em especial o período – meados de agosto –, em pleno pico da época turística”.

Situações específicas não foram tidas em conta”

O empresário algarvio, que já foi secretário de Estado do Turismo (1997-2001), lembra que, no caso concreto do Algarve, “há aspetos específicos importantes que deveriam ser tidos em conta, começando por ter consciência que, para além de cerca de meio milhão de residentes habituais, nele se concentram centenas de milhares de estrangeiros e de cidadãos nacionais provenientes de todas as regiões do país”.

Assim, Vítor Neto alerta para os previsíveis efeitos desta greve dos motoristas no Algarve, logo a começar pelos problemas de mobilidade e circulação de pessoas, “que não se limita apenas a uma ou duas cidades, mas a uma região inteira”.

Além disso, o presidente do NERA acentua que existem “situações específicas” a ter em conta na região, como o facto de no aeroporto de Faro desembarcarem cerca de 600 mil passageiros em agosto. “Para além de ter de garantir combustível para a saída de aviões, precisa de garantir combustível para transportar os passageiros desembarcados para as dezenas de unidades hoteleiras do Algarve onde vão alojar. E, uns dias depois, precisa de garantir combustível para os transportar de novo ao aeroporto para o regresso aos seus países. Veículos dos hotéis, autocarros turísticos, táxis, carros alugados. São deslocações que não podem ser adiadas”, afirma o empresário, considerando que o “conselho” para os cidadãos evitarem “deslocações desnecessárias” não se adequa aos turistas.

O Algarve tem um problema sensível”

Vítor Neto diz ainda que existe um outro problema para o Algarve, referindo-se ao impacto na atividade económica e nas empresas. “O Algarve tem um problema sensível: como garantir o abastecimento de produtos alimentares, produtos frescos e congelados, águas e bebidas, as produções da região (da terra e do mar), etc., a muitas centenas de milhares de pessoas?”.

Ou seja, o empresário teme um problema de abastecimento regular aos hotéis, restaurantes, bares, supermercados e até aos eventos. “Essa atividade de distribuição é desenvolvida em larga medida por dezenas de empresas da região, que necessitam de combustível diariamente para responder com regularidade aos clientes que em geral têm stocks baixos, até por escasso espaço de armazenagem. São poucas as empresas da região que têm reserva autónoma de combustíveis”, conclui, considerando que o Governo deve ponderar estas situações.

Na última greve, todos os postos de combustível da região algarvia chegaram ao limite das reservas e registaram falhas no abastecimento. Esta situação provocou longas filas e o caos nos postos de combustível um pouco por todo o Algarve. Ou seja, mesmo com o reforço de duas bombas de emergência, a situação deverá complicar-se ainda mais, já que neste período de verão há milhares de turistas de férias um pouco por toda a região…!

O deputado algarvio do PSD, Cristóvão Norte, também afirma que o “Governo não pode tratar o Algarve como da última vez”, referindo-se à greve dos motoristas de combustíveis, marcada para o próximo dia 12 de agosto.

“Cometer o mesmo erro duas vezes seria imperdoável”, refere o parlamentar algarvio, que entende ser necessário que o Governo tome medidas preventivas para enfrentar a eventual greve do sindicatos dos trabalhadores dos transportes rodoviários, que pode colocar em causa o abastecimento dos combustíveis aos portugueses, com particular enfoque no Algarve.

Cristóvão Norte assinala que “a última paralisação coincidiu com o período de Páscoa, e as medidas que o Governo tomou não salvaguardaram a região que registava uma forte ocupação, tendo que servir cerca de um milhão de pessoas. As bombas no Algarve rapidamente esgotaram, o pânico instalou-se e, não fora se ter encontrado um princípio de acordo que afinal não era acordo nenhum, teria sido um episódio de repercussões gravíssimas para o Algarve. O Governo não tem perdão se cometer o mesmo erro duas vezes”, diz.

Lista de postos de emergência para a greve:

Repsol Albufeira (Sítio Bolota)

Intermarché Albufeira (Vale Serves – Ferreiras)

Galp Aljezur (Junto ao quartel dos bombeiros)

Jumbo Faro (Av. Cidade Hayward)

Cepsa Faro (aeroporto)

Galp Faro (Patacão)

Jumbo Lagoa (Quinta da Bem Posta)

Intermarché Lagos (Ameijeira Verde)

Galp Lagos (EN120)

BP Loulé (Av. de Ceuta)

Galp Loulé (E22 Guia/Loulé)

Galp Loulé (Av. João Pires Meireles)

Repsol Olhão (EN125 – Brancanes)

Jumbo Portimão (EN125 Rua S.Pedro)

Galp Portimão (Avenida V6)

Galp Silves (EN125 – Pêra)

Galp Silves (EN124)

Intermarché Silves (Rua João de Deus)

Cepsa Tavira (Cachopo)

Galp Tavira (EN125 – São Pedro)

Prio Tavira (Rua Almirante Candido dos Reis)

Intermarché Vila Real de Santo António (Largo da Estação)

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