O grupo empresarial vila-realense possui mais de uma dezena de estabelecimentos, distribuídos pelas áreas da restauração, alojamento local, bem como panificação, pastelaria e produção de gelados. Recentemente foi distinguido com o prémio PME Prestígio, atribuído às pequenas e médias empresas que conquistaram cinco PME Excelência consecutivos. O empresário Luís Camarada garante que, para o Coração da Cidade, a crise “veio trazer novas oportunidades”
.
DOMINGOS VIEGAS
.
O grupo empresarial Coração da Cidade, de Vila Real de Santo António, está integrado no restrito conjunto de 30 pequenas e médias empresas a nível nacional que receberam este ano o prémio PME Prestígio, um galardão atribuído apenas às empresas que conquistaram o prémio PME Excelência em cinco anos consecutivos.
Este ano foram atribuídos prémios PME Excelência a 1.845 pequenas e médias empresas de todo o país, entre as quais cerca de uma centena algarvias ou com representação no Algarve.
Os prémios PME Excelência são atribuídos anualmente pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e Inovação (IAPMEI), em parceria com o Turismo de Portugal, com o objetivo de destacar as empresas que “apresentam os melhores desempenhos económico-financeiros, criando condições de visibilidade acrescida a um segmento empresarial com contributos ativos para a economia e o emprego nacionais”, explica o Governo.
“Este prémio significa que cumprimos os critérios económico-financeiros requisitados para esse efeito. Há cinco anos consecutivos que demonstramos ser um grupo empresarial estável, com grande empregabilidade e como um perfil de risco que é aceite por toda a banca”, sublinha o empresário Luís Camarada, proprietário daquele grupo de empresas.
Na cidade há mais de 25 anos
O Coração da Cidade nasceu em 1989 a partir de um único estabelecimento, a cafetaria com o mesmo nome, que resultou da recuperação do antigo Café Firmo, localizado no centro da cidade de Vila Real de Santo António. Pouco depois foi criada uma pizaria, no primeiro andar do mesmo edifício, e o grupo nunca mais parou de crescer.
Atualmente, o Coração da Cidade possui mais de uma dezena de estabelecimentos, distribuídos pelas áreas da restauração, alojamento local, bem como panificação, pastelaria e produção de gelados.
À cafetaria e pizaria Coração da Cidade juntaram-se os restaurantes Churrasqueira Arenilha e Casa do Bacalhau, o Coração do Marquês, que nasceu da recuperação do antigo restaurante “El Conde” e entretanto ampliado, na Praça Marquês de Pombal, e o Vila Caseira, este último com serviço de “take-away”.
No âmbito da hotelaria, o grupo possui o Coração da Cidade e o Arenilha Guest House, bem como outras unidades de alojamento local em apartamentos, moradias e camaratas. A fábrica Coração Doce, localizada na zona industrial da cidade, produz pão, bolos e gelados.
Aliás, a área da hotelaria foi a última em que aquele grupo empresarial se envolveu, neste caso, para colmatar uma carência que existia na cidade. “Para complementar a oferta turística de Vila Real de Santo António era necessário criar alojamento para as pessoas. Havia alojamento no concelho, mas dentro da cidade só havia um hotel. E era importante criar alojamento na zona histórica”, explica Luís Camarada.
No total, aquele grupo empresarial emprega 82 funcionários, entre os quais pessoal administrativo, um engenheiro alimentar, um técnico de marketing, uma arquiteta, uma técnica superior de administração, 12 funcionários na secção de alojamento, cerca de 20 nas cozinhas e os restantes divididos pelas secções de mesa, balcão, bar e pela fábrica. No verão, o número de funcionários ultrapassam a centena.
“A crise não passou por nós”
Luís Camarada garante que a crise não passou por o seu grupo empresarial, já que conseguiu preparar-se para fazer face às dificuldade através de um trabalho levado a cabo ao longo dos últimos anos.
“A crise, além de não ter passado por nós, deu-nos novas oportunidades. Voltámo-nos para o mercado espanhol. Eu próprio fui, de Ayamonte até Algeciras, por todas as terras, mostrar que Vila Real de Santo António era uma cidade que merecia ser visitada”, explica o empresário.
Esta autêntica ação de promoção teve o objetivo de explicar a agências de turismo, excursionistas e pessoas ligadas ao meio turístico do sul de Espanha que em Vila Real de Santo António havia bons locais para fazer compras, mas não só.
“Expliquei-lhes que havia bons atoalhados, mas que também havia boas praias, boa gastronomia e um bonito centro histórico onde dá gosto passear. E lancei-lhes o desafio: porque é que não se organizam e não vão lá ver? Expliquei-lhes que a minha empresa tinha capacidade para ter cá pessoas, para comer e para dormir, a preços acessíveis. E, hoje, é visível os milhares de pessoas que o grupo Coração da Cidade traz anualmente a Vila Real de Santo António”, conta Luís Camarada.
“Criámos o conceito de tudo incluído ‘low cost’ na zona histórica pombalina. O Coração da Cidade funciona como um resort, com as várias unidades, alojamento e restauração, espalhadas pelo centro da cidade. E as pessoas têm, ainda, no mesmo local, um centro histórico para visitar e lojas para fazer compras”, acrescenta o empresário.
Eco-resort na forja
O futuro do grupo deverá continuar a passar pela hotelaria, mas não para já. Luís Camarada conta que adquiriu um terreno com 8000 metros quadrados na zona das Hortas, a caminho de Monte Gordo, onde pretende instalar, a médio prazo, um eco-resort. O projeto aponta para uma unidade de alojamento, ligada à saúde e bem-estar, com centro de medicinas alternativas, e que funcionará com recurso a energias renováveis.
.
.
.
.
.
