Avarias: O reparador de avarias em Auschwitz

A ver livros dentro de uma superfície comercial que ainda os tem, dei por mim a reparar que, a par das inevitáveis publicações de auto-ajuda e marketing – o – segredo – é- acreditares – em – ti – próprio – tudo – de – bom – virá – a – seguir – mas – no – fundo – toda – a – gente – sabe – que – é – uma – mentira – para – papalvos – ou – malta – que – anda – a – fazer – formações – de – treta – para – serem – colaboradores – a – receber – quinhentos – euros – e – boas – contas e outros que não entram nestas estantes. Aparecem também romances lusófonos e outros que não, sobre tudo e mais um par de botas, mais, e agora é que bate o ponto, uma série de livros (que constariam de uma lista à parte, como a dos escritores nórdicos de policiais), que podiam tomar o nome de “Vida em Auschwitz – modo de escrever e fazer uns cobres”.

Que coisa deu a uma malta, sem ideias para levar em frente o seu modo de vida, que, no meio de tantas hipóteses para escrever (“O mundo numa máscara”; “Confinados e confinantes” e a fatal “A civilização azteca depois do encolher obrigatório – subsídios para a sua compreensão”), se tivesse rendido a Auschwitz. Não tenho na minha frente (e vou dar férias ao Google) a série de livros escritos e assim nomeados, mas tenho a ideia que, desde o Mágico de…; o Tatuador de…; O Carteiro de… Auschwitz, tudo apareceu, aparece e vai aparecer para que percebamos que no acto da escrita também a sobrevivência económica do escriba pode dar o mote. Enfim, o filão não para (pensavam que não conseguia escrever a aplicar o acordo?, não sabem do que sou capaz), pára, em português e, já agora que estou com a mão na massa, posso nomear duas ou três ideias para futuras publicações também passadas em Auschwitz: “O homem que idealizava auschwitzes em miniatura” (mote para o estudo psicológico sobre um alemão que fazia, na pré-primaria, campos de concentração em bonecos da Playmobil, mas que no futuro iria fazer trabalho de voluntariado no meio de África, desaparecendo no meio das brumas para surgir, muitos anos depois, acompanhado de Elvis Presley, e, em alternativa, “Auschwitz afinal era um campo de férias”, que pode resumir a vida de um empreendimento turístico que não deu certo, porque os utentes não pagaram a estadia e sem dinheiro não há palhaço.

Tudo por causa de um confinamento geral que houve na Alemanha e na Polónia por causa de um criminoso vírus, então conhecido como o COVID – SS. Prefaciará (um prefaciador com nome é outra coisa) a obra um certo português que dá pelo nome de A. Ventura, que referirá a então excelente qualidade dos comboios polacos e alemães em que os prisioneiros turistas judeus faziam a sua viagem de sonho, nunca reconhecendo esse facto, mais a hercúlea luta de Himmler para que tudo corresse bem, graças a Deus.

Fernando Proença

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