João Pinto Dias Pires, o sempre conhecido por João Pires, foi um «filho dilecto de Faro», cidade onde na freguesia de São Pedro nasceu a 1 de Janeiro de 1925 e onde faleceu, aos 95 anos, no passado 20 de Dezembro. Uma vida esmaltada pelas suas múltiplas, reconhecidas e variegadas qualidades pessoais, par a par com os muitos e relevantes serviços prestados à sua e nossa «Terra Mãe».
A arte foi um dos grandes caminhos trilhados por este insigne declamador e actor que, no início dos anos 60 do século XX ganhou o prémio de interpretação teatral, ao desempenhar o papel de Dr. Marcos Bruno, na peça de Ramada Curto «O Prémio Nobel» e pelo elenco do TAF (Teatro de Amadores de Faro), que criara. Foi – o no Concurso Nacional de Arte Dramática promovido pelo SNI (Secretariado Nacional de Informação) e na final que decorreu no Teatro da Trindade, em Lisboa. Foi-o também, numa grande manifestação de «homem da cultura e do regionalismo» com a criação da Orquestra Típica Algarvia e os seus memoráveis espectáculos, entre os quais, com lotação esgotada, no Coliseu dos Recreios, na capital.
João Pires foi uma figura tutelar no desporto algarvio, quer como sócio n.º 1 do Sporting Farense e do Sport Faro e Benfica (ex-Sport Lisboa), quer como praticante de desportos náuticos motorizados com o seu velocíssimo «Pst…» e como dirigente levando o mais representativo clube da capital sulina, na época de 1969/70, pela vez primeira a ascender à I Divisão Nacional. Como é de salientar também o que foi a sua decisiva acção no arrelvamento e electrificação do Estádio de São Luís.
Empresário de reconhecido êxito marcou presença nos sectores dos vinhos e refrigerantes (lembram-se do «Jaguar»?), da banca (Banco do Algarve), nos espectáculos (Cine Teatro Farense e São Luís Parque), no imobiliário (Praças de Alandra, dos Poetas, etc.). Com uma visão cristã da vida empenhou-se nas obras de solidariedade social (Madre Teresa de Calcutá, Misericórdia e outras) e foi um colaborador da edificação de novos templos (Coração de Maria, em Faro e Senhora de Fátima, em Almancil). Não olvidamos também a sua dedicada acção como autarca no desempenho das funções de Vice-Presidente da Câmara Municipal de Faro, então liderada pelo Major João Vieira Branco.
Detentor de várias condecorações nacionais, entre as quais a de Comendador da Ordem de Mérito Agrícola, Industrial e Comercial, imposta pelo Presidente da República Cavaco Silva (10 de Junho de 2010) e de Ouro da C. M. Faro, bem como da Holanda, de que João Pires foi Cônsul Honorário.
João Leal