A Câmara Municipal de Faro aprovou esta semana a cedência de um espaço à associação Refood, permitindo um aumento da resposta da instituição na recolha e redistribuição de produtos alimentares a famílias em situação de carência ou incapacidade.
O espaço, com 130 metros quadrados, situado no bairro de Santo António do Alto, foi adquirido pela autarquia em dezembro passado e é cedido gratuitamente ao núcleo de Faro da Refood por cinco anos.
Em comunicado, a autarquia refere que, “com esta cedência”, compre “um ato de justiça e, simultaneamente, um investimento”, permitindo à associação “chegar a ainda mais pessoas”, nomeadamente “junto das famílias e munícipes que mais precisam”.
Atualmente, a Refood apoia um total de 108 agregados familiares do concelho de Faro, perfazendo cerca de 300 pessoas apoiadas, entre as quais cerca de 100 crianças, tendo atingido o limite de capacidade de ajuda à população devido à dimensão reduzida do seu atual centro de operações.
Um número que pode aumentar, uma vez que o núcleo farense “reestruturou” as suas entregas a famílias, permitindo abrir “mais 120 vagas” para apoio alimentar ainda no atual centro de operações, porque “não param de chegar pedidos”, aos quais acresce o apoio solicitado pela proteção civil municipal para as pessoas em isolamento, revelou à agência Lusa a coordenadora da Refood de Faro.
“Ainda hoje demos apoio a uma família de cinco elementos infetados com covid-19 e não param de chegar pedidos de todo o Algarve, mas só conseguimos dar apoio a nível local. A semana passada chegaram mais oito famílias novas”, avançou Paula Matias.
A responsável congratula-se com o novo espaço, que começará a ser usado em março, “depois de algumas obras”, permitindo “aumentar muito mais” o apoio prestado à população.
Ultrapassado o “entrave” que diz ser a escassez de espaço para armazenar os bens angariados, a dirigente concentra-se agora em obter mais um veículo para as recolhas, situação resolvida temporariamente através de um acordo com o Ginásio Clube Naval de Faro.
A angariação de novos locais de recolha tem “corrido bem”, assegurou, com mais parcerias para “o “resgate de alimentos” na cidade vizinha de Olhão, assim com “um talho” em Estoi.
Também a resposta da sociedade civil tem aumentado, tanto na resposta aos pedidos do núcleo para quem queira confecionar em casa e doar comida, como nas entregas voluntárias de bens não perecíveis.
A coordenadora do núcleo destaca que a sua preocupação está centrada no “estado atual” que o país está a passar e os “pedidos de ajudas que estão a chegar constantemente”, além das “famílias que estão isoladas com suspeitas de covid-19”, a quem também estão a dar apoio alimentar numa coordenação com a Proteção Civil Municipal de Faro e a equipa de enfermagem covid-casa do Hospital de Faro.