Morreu Vítor Oliveira, «o rei das subidas»

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Vítor Oliveira, treinador com uma longa carreira no futebol português, morreu hoje, aos 67 anos, depois de se sentir indisposto enquanto caminhava na zona de Matosinhos, confirmou à agência Lusa fonte próxima da família.

O ex-jogador e treinador, que estava sem clube desde que orientou o regresso do Gil Vicente à I Liga na época passada, foi assistido no local e transportado para o Hospital Pedro Hispano, mas acabou por não resistir.

Entre 1978 e 2020, Vítor Oliveira comandou Famalicão, Portimonense, Maia, Paços de Ferreira, Gil Vicente, Vitória de Guimarães, Académica, União de Leiria, Sporting de Braga, Belenenses, Rio Ave, Moreirense, Leixões, Trofense, Desportivo das Aves, Arouca, União da Madeira, Desportivo de Chaves e Paços de Ferreira.

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Natural de Matosinhos, Vítor Oliveira representou Leixões, Paredes, Famalicão, Sporting de Espinho, Sporting de Braga e Portimonense como futebolista, tendo ficado conhecido como o ‘rei das subidas’, já como treinador, ao festejar 11 promoções em 18 presenças na II Liga.

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, lamentou a morte do antigo jogador e treinador Vítor Oliveira, ocorrida hoje, aos 67 anos, de quem será guardada “a imagem de um enorme vencedor”.

Através de uma mensagem publicada no sítio oficial na Internet, a FPF assinala o “desaparecimento de uma personalidade tão carismática” do futebol português.

“Numa carreira longa e cheia de vitórias, foi sempre, pelo seu enorme caráter, cultura desportiva e exigência, uma referência de topo do futebol português. Sublinho apenas que Vítor Oliveira fará muita falta ao futebol nacional que, por sua vez, dele guardará sempre a imagem de um enorme vencedor”, disse Fernando Gomes.

Portimonense «em choque»

O Portimonense lamentou a morte do seu ex-treinador Vítor Oliveira; “Sem palavras que descrevam o sentimento que todos sentimos. Estamos em choque. Uma notícia que entristece todo o mundo do desporto. Uma tristeza imensa por quem sempre defendeu o Portimonense e que nos deixa enormes saudades”, reagiu o clube algarvio na sua página oficial de Facebook.

Vítor Oliveira ‘pendurou as botas’ de jogador no Portimonense, em 1985, e substituiu Manuel José no comando técnico da equipa na temporada em que os algarvios registaram a sua única participação na Taça UEFA.

Depois de passagens por cerca de duas dezenas de clubes, voltou a Portimão em 2016, voltando a garantir mais uma subida de divisão à I Liga – a 11.ª e última da sua carreira.

“Hoje morreu um ícone do futebol Português. A toda a família e a todos os que amam o desporto as nossas forças e carinho. Obrigado e um até sempre ‘Mister’”, concluiu o Portimonense na mensagem de pesar.

Matosinhos decreta dois dias de luto municipal

A câmara de Matosinhos decidiu decretar dois dias de luto municipal.

Numa nota publicada na rede social Facebook, a câmara de Matosinhos refere que “vai decretar luto municipal, lamentando a perda de um dos maiores nomes do desporto nacional”.

Fonte da câmara de Matosinhos, contactada pela agência Lusa, apontou que serão dois os dias decretados.

“Matosinhos jamais esquecerá o homem, o treinador, o filho da terra… Até sempre, Vítor Oliveira”, refere a autarquia, recordando que no ano passado, nas Festas do Senhor de Matosinhos, em dia de feriado municipal, homenageou Vítor Oliveira com a atribuição de medalha de mérito dourada e medalha de valor desportivo dourada, distinção honorífica decidida por unanimidade pelo Executivo.

Aproveitando para apresentar à família do antigo treinador e ex-futebolista “as mais sentidas condolências” esta autarquia do distrito do Porto precisa que Vítor Manuel Oliveira nasceu a 17 de novembro de 1953, em Matosinhos.

“A sua infância foi passada a jogar futebol na praia como qualquer criança. Aos 12 anos, começou a jogar basquetebol, mas o futebol falava mais alto e, dois anos depois, entrou para o futebol no Leixões SC. O seu pai era pescador de sardinha. A sua mãe era peixeira e levantava-se às quatro da manhã para ir para a lota. A vida difícil da pesca levou os pais de Vítor Oliveira a desejar um futuro melhor para o filho, daí que o tenham sempre incentivado a prosseguir os estudos”, descreve a autarquia num texto longo e sentido com várias referências ao trajeto do treinador.

A Câmara de Matosinhos fala ainda de um “bom aluno a física e matemática, mediano nas letras e nas línguas”.

“Foi na escola que conheceu Henrique Calisto. Aos 12 anos, Vítor Oliveira foi trabalhar, por ‘castigo’ dos pais, – tinha ‘chumbado de ano’ – para um depósito de produtos alimentares que fornecia as mercearias da zona de Matosinhos. Nesse verão, aproveitava as deslocações para espreitar os jogos de Portugal e de Eusébio do Mundial de 66, em Inglaterra”, descreve.

Também esta tarde, a presidente da câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, lembrou Vítor Oliveira como “um dos filhos da terra”.

A promoção do clube matosinhense Leixões SC, em 2007, é um dos feitos elencados pela autarca, que lhe elogia “a paixão e talento”, bem como as 11 subidas de divisão com equipas da II Liga, em 18 participações.

Liga cria prémio «Vítor Oliveira»

 A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) vai ‘batizar’ de Prémio Vítor Oliveira a distinção de melhor técnico dos campeonatos profissionais feita mensal e anualmente, anunciou hoje Pedro Proença.

“Prémio Vítor Oliveira – Treinador do Mês. É esta a nova designação dada pela Liga Portugal a todas as distinções feitas mensalmente a técnicos, como também na anual, entregue na gala do Kick-off”, escreveu o presidente da Liga de Clubes na sua conta oficial na rede social Facebook.

Pedro Proença justifica a decisão como sendo uma “forma de a Liga Portugal imortalizar e homenagear um dos mais carismáticos treinadores do futebol português, modalidade à qual dedicou toda uma vida”.

Antes, a Liga de clubes já tinha lamentado “profundamente” a morte de Vítor Oliveira, que “ficará para sempre na história do futebol profissional”, e decretado um minuto de silêncio nos jogos a realizar este fim de semana, em homenagem ao ex-treinador.

“Esta é uma notícia que não queremos receber. Não quando se trata de alguém que não está doente, que está na plenitude da sua vida e que adora, respira futebol. Ainda há dias, o nosso amigo Vítor esteve na Liga, a dar uma aula da pós-graduação, tão bom foi ouvi-lo. Dizem dele que era o campeão das subidas, e foram 11. Não era, era um campeão dos treinos, da liderança e do futebol. Que semana dura e estranha esta, que nos leva os mais queridos. O futebol e a sociedade continuam a ficar mais pobres”, frisou o presidente da LPFP, citado em comunicado do organismo.

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