Saibamos comunicar com sentido ético

Começa amanhã um Novo Ano, que se deseja muito diferente do que o que hoje termina, repleto que foi de incertezas, de grandes dúvidas, quer na vida, como no desporto, originadas por uma covid-19, que em muito e por quase tudo alterou o “modus vivendi” da nossa sociedade, pela insidiosa afirmação de um vírus que, inclusivé, até no plano da comunicação entre nós nos obrigou a alterar comportamentos, que nos forçaram a um certo isolamento na defesa de um bem comum e cada vez mais precioso: a saúde.


Com o aparecimento da vacina, cuja toma começou a ser ministrada no passado domingo, reabrem-se esperanças de podermos, progressivamente, ver as nossas vidas regressarem a uma sã e desejável normalidade.


Em concreto, no plano desportivo, assalta-nos a ideia da premente necessidade de, face ao muito que vinha acontecendo – antes da covi-19 – e, agora, em presença desse “bico-mau” em que muitas foram as viscissitudes por que passaram os diversos agentes desportivos, e neste renovar de esperança sermos capazes de entender com eficiência – fazendo bem – e com eficácia – fazendo certo -, que o desporto deverá vir a constituir-se como guia e intérprete para, afinal, humanizar a sociedade que o envolve.


Bastará para o efeito que saibamos comunicar com (verdadeiro) sentido ético.


Tomando como rampa de lançamento, e considerando que o acto de (saber) comunicar se prende com o estabelecer de uma ponte de ligação entre pessoas que permita trocar pensamentos e ideias para obter verdadeira compreensão. Compreensão que, no plano prático das situações, nos compromete a compreender e ser compreendido, constitui “só” a base das relações humanas, na medida em que gera confiança e aproxima as pessoas.


E se, se comunicar com sentido ético, em que os seus autores respeitem o conjunto de coisa que fazemos ou atitudes que tomamos com “todo o mundo a nos observar”, então, estarão criadas as condições para se conseguir tal desiderato, tão desejável quanto saudável.
E é o voto que formulamos, neste dealbar de um Novo Ano, trazendo ao palco dos acontecimentos, longe de constituir como que um armistício face ao período natalício em que vivemos, mas por que deverá constituirá um desafio para a prática “no terreno”. Dizíamos que trazendo ao palco dos acontecimentos, primeiro mestre – porque sábio! – Agostinho da Silva: “Como tudo é possível, ousemos fazer rumo ao impossível”: depois, e talvez que não menos importante, outro mestre, nosso querido companheiro e guia e intérprete destas lides, da comunicação e do saber originado por uma exemplar pedagodia, e que dá pelo nome de João Manjua Leal , quando no seu último escrito nestas páginas do “Times do Algarve”, nos dava conta: ” “E na Terra paz aos homens de boa vontade” é o voto maior de quem procura no convívio fraterno, livre e solidário, o caminho para o aparecer do Homem Novo, que seja irmão do outro Homem”.


Grato, João Leal, enquanto referência, grande referência, da qual sempre emergirá – agora como mais à frente – uma memória, enquanto consciência inserida no tempo.

Saibamos comunicar com sentido ético, ao invés de quem, por exemplo, se e enquanto fervoroso adepto do populismo, com altivo vozeirão ou, quiçá, debitando elevado volume de decibeis, se procura valorizar com a indefesa capacidade dos fracos.


Não é pensando que somos, é sendo que pensamos (!), em respeito para com o anunciado conceito de que o desporto nasceu como ética e, sem ética, não se justifica a sua prática!

Humberto Gomes

*”Embaixador para a Ética no Desporto”

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