Silves: Governo assegura que aparente poluição de corticeira é apenas vapor de água

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Em resposta a uma pergunta do deputado do Bloco Esquerda João Vasconcelos, o governo assegurou no Parlamento que o “fumo visível branco” que tem motivado queixas pela população da área envolvente à fábrica da Corticeira Amorim existente em Silves resulta de um processo totalmente natural, vapor de água resultante do processo de aglomeração de cortiça, e que não representa um risco para saúde pública.

O Executivo de António Costa assevera que tem consciência da avaria do equipamento RTO na Corticeira Amorim, que provoca aquele fumo, o qual ainda não foi substituído, mas afirma que se trata de “vapor de água que resulta do processo de aglomeração de cortiça (processo totalmente natural, ou seja, sem qualquer químico ou aditivo) e que resulta do aquecimento da cortiça com vapor de água”. “Este fumo, tanto quanto nos foi reportado, não representa um risco para a saúde pública.

No entanto, admite-se que o alarme social se deva ao impacto visual, dado o efeito semelhante a nevoeiro, que ocorre em dias de baixa pressão atmosférica e, consequentemente, maior condensação do vapor de água, agravado pela localização da fábrica num vale”, assevera o Governo na resposta ao deputado bloquista.

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Também refere que têm sido feitas diligências entre a CCDR/Algarve e a empresa para a resolução do problema. Na questão enviada no início deste mês de novembro, em que questionou o Ministério da Economia e Transição Digital acerca da poluição gerada e vivenciada pelos moradores que habitam nas imediações da Corticeira Amorim em Silves, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda denunciou a existência de uma emissão de fumos proveniente da Unidade Fabril Corticeira Amorim, em Vale Lama, junto à cidade de Silves e questionou o Governo sobre a situação.

De acordo com o Bloco de Esquerda do Algarve, a informação chegou ao grupo parlamentar através de várias reclamações de residentes, os quais já promoveram um abaixo-assinado, “queixando-se da poluição proveniente da fábrica e que degrada o ambiente e a sua qualidade de vida”, afirmam os bloquistas.

Relativamente a esta situação, a Corticeira Amorim refere que em 2012/2013 foi instalada na fábrica uma máquina filtrante, importada da Áustria, para melhorar a qualidade ambiental. Este equipamento, denominado RTO, terá trabalhado em boas condições nos primeiros anos, “mas devido a um grande desgaste terá avariado em 2019, sem que fosse possível obter ajuda junto da empresa austríaca por ter encerrado portas”, refere o BE/Algarve.

A Corticeira Amorim esclarece ainda que elaborou um projeto e que o submeteu a várias empresas portuguesas, custando a reparação do referido equipamento cerca de 250 mil euros. Devido à pandemia da Covid-19 – diz a Corticeira – “a empresa encontra-se em sérias dificuldades devido à redução de vendas e que pretende garantir todos os postos de trabalho, não tendo assim condições para proceder à reparação do equipamento avariado no presente momento”.

Para o Grupo Parlamentar o Bloco de Esquerda, “importa salvaguardar a qualidade ambiental dos residentes de Silves, com nefastas consequências na sua saúde e qualidade de vida, pelo que é necessário proceder, com urgência, à reparação do equipamento RTO. Também é preciso salvaguardar todos os postos de trabalho da Corticeira Amorim. São necessárias medidas que tenham em conta este conjunto de situações”.

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